Irrigação ameniza o problema da estiagem para hortaliças e frutas

Maior parte dos produtores trabalham com irrigação

As principais hortaliças e frutas produzidas no mercado paulista não estão sendo prejudicadas pela estiagem das últimas semanas, mas também nesta frente o quadro poderá mudar para pior no médio prazo, principalmente no caso da fruticultura.

Tanto o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq) quanto a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), uma estatal federal, destacaram ao Valor que a maior parte dos produtores de hortaliças do cinturão verde paulista trabalham com irrigação, o que praticamente elimina o problema. Nos casos de produtos como batatal, cebola e tomate, informou o Cepea, a falta de chuvas inclusive colabora para a colheita.

Na Ceagesp, a situação também é tranquila e, conforme a assessoria de imprensa da empresa, não há escassez de nenhum produto por causa da seca já prolongada.

Isso não significa, porém, que não haverá problemas. E um dos principais focos de preocupação é a laranja, fruta de maior valor bruto do Estado de São Paulo.

Sinal disso é que os pomares irrigados, que respondem por cerca de 20% do total estadual, já aparecem com vantagem no mercado. Nos últimos dias, segundo o Cepea, a caixa de 40,8 quilos da fruta de pomares irrigados, que estão com melhor qualidade, passaram a valer até R$ 5 a mais que o produto convencional. Com o baixo índice pluviométrico, a fruta não irrigada fica mais murcha e menos durável. A seca também tem provocado a queda de frutos, sobretudo de variedades tardias.

Fonte: Jornal Valor Econômico