Aumento de incidência da praga prejudica produção nacional e suscita criação de rede de pesquisas de estratégias de controle
Por Pedro Zuazo
Begomovírus são um grupo de vírus transmitidos pela mosca branca que assolam lavouras de todas as culturas no mundo todo. No Brasil, entretanto, os begomovírus são de um tipo especial, que só existe aqui e cujo relato não tem nenhuma ocorrência parecida no exterior. Nas lavouras nacionais, os begomovírus já provocam graves epidemias em tomateiros e feijoeiros. Para evitar o agravamento do problema e minimizar as perdas já causadas, a Embrapa, em parceria com universidades nacionais, criou uma rede de pesquisas que buscará estratégias de combate ou prevenção ao ataque desses vírus.
O que motivou a criação da rede foi o recente e preocupante aumento do número de casos de begomovirus em lavouras de tomate e feijão, que é associado à dificuldade de controle da mosca branca. De acordo com Alice Nagata, pesquisadora da Embrapa Hortaliças, é importante ficar atento para que a praga não cause epidemias em outras culturas. Para isso, a primeira etapa do trabalho será um levantamento da ocorrência dos begomovirus no País.
— Vamos fazer um levantamento das espécies que existem no Brasil e definir em que plantas eles ocorrem e se eles estão ocorrendo em uma área restrita ou distribuídos em todo o território nacional. Selecionamos algumas culturas que são mais atacadas pela praga para estudar também o comportamento da mosca branca e desenvolver estratégias de controle. Estamos trabalhando com hortaliças, mandioca, algodão, plantas de soja e plantas daninhas, que são as principais plantas propagadoras do vírus quando a planta principal não está presente. O objetivo é elaborar estratégias para eliminar essas plantas do campo — explica.
O trabalho também vai contemplar as culturas nas quais a ocorrência de begomovírus não foi relatada, mas que sofrem epidemias sérias em outros países. O objetivo é saber se os vírus ocorrem no Brasil e aumentar a fiscalização no transporte de materiais vindos do exterior, que podem ser uma porta de entrada para o vírus.
O projeto tem duração de três anos, mas a intenção é estender esse prazo de acordo com os resultados do trabalho. Para as culturas onde o vírus foi detectado, serão desenvolvidas novas atividades de monitoramento e estratégias de controle e para as culturas onde os begomovirus não foram detectados serão realizadas novas amostras, com frequência menor, para garantir que os vírus não ataquem novas culturas no território nacional.
Clique no link a seguir e ouça a entrevista na íntegra: http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?data=12/08/2010&id=22421&secao=Agrotemas#null
Fonte: Portal Dia de Campo