Pesquisa da UFV abre caminho para a produção de variedades mais resistentes ao bergomovírus

Pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) tiveram um artigo publicado na edição online, de 23 de fevereiro, da revista Nature, uma das mais antigas e prestigiadas publicações científicas do mundo. O artigo trata de um mecanismo, descoberto pelos pesquisadores, que plantas usam para resistir à infecção por bergomovírus, um mais agressivos de plantas economicamente relevantes, como hortaliças.

A descoberta abre caminho para a produção de variedades mais resistentes. O trabalho, coordenado pela professora Elizabeth Pacheco Batista Fontes, também estará na edição impresa da revista, mas ainda não há data para a publicação.

Segundo Elizabeth, o impacto científico da pesquisa é grande, porque conseguiu identificar genes novos e ainda decifrar mecanismos moleculares de defesa que eram inéditos no conhecimento da interação das plantas com esta classe de vírus. A descoberta pode ser aplicada a outras plantas e também abre caminho para que a engenharia genética produza variedades mais resistentes.

A professora explicou que era um desafio para a ciência entender como funcionam os mecanismos moleculares que asseguram imunidade às plantas e acionam sistemas imunes de defesa para prevenirem infecção. Os estudos foram liderados por ela, que é professora do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular, e pela professora Anésia Aparecida dos Santos, do Departamento de Biologia Geral.

As descobertas foram feitas nos laboratórios do Instituto de Pesquisa Aplicada à Agropecuária (Bioagro) da UFV, onde funciona a sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Interações Plantas-Praga (INCT Praga/Planta), também coordenado pela professora Elizabeth. Dois estudantes dividem a primeira autoria do trabalho: João Paulo Batista Machado, aluno de doutorado do Programa de Pós-graduação em Bioquímia Agrícola, e Cristiane Zorzatto, a estudante do Programa de Pós-graduação em Genética e Melhoramento. Sobre a pesquisa, Machado afirmou, ainda, que além de contribuições científicas relevantes, os resultados dessa pesquisa indicam estratégias moleculares para aumento de resistência de tomateiros a begomovírus. 

Também contribuíram para o trabalho os seguintes pesquisadores associados ao INCT em Interações Planta-Praga: o professor do Departamento de Zootecnia da UFV Fabyano Silva; o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro Gilberto Sachetto-Martins; a professora Joanne Chory, do Salk Institute for BiologicalStudies; os pós-doutores da UFV Otávio Brustolini, MichitoDeguchi, Welison Pereira, Kelly Nascimento, Pedro Reis, e os estudantes de pós-graduação e iniciação científica da UFV, Kênia Lopes, Iara Calil, Virgílio Loriato, Bianca Gouveia e Marcos Silva.

Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da UFV, Eduardo Mizubuti, a publicação é motivo de orgulho não apenas para a Universidade, mas para a ciência brasileira.

Fonte: G1