A Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM) promoveu, no dia 25 de setembro de 2014, o II Workshop sobre Trânsito Internacional de Material Propagativo, em Campinas (SP). O evento, que foi realizado exclusivamente para os associados da entidade e alguns convidados de instituições parceiras e órgãos públicos do setor, reuniu um público de 70 pessoas, profissionais de diversas regiões do Brasil e também internacionais, do Chile, Estados Unidos, Holanda e Suíça.
Com o tema “Promovendo Melhorias no Trânsito Internacional através do Intercâmbio de Informações”, o workshop teve como objetivo discutir critérios técnicos e legais, visando o atendimento das exigências do mercado globalizado, por meio do intercâmbio de informações entre representantes dos diferentes setores envolvidos no comércio internacional de sementes e mudas.
A programação contou com palestras e mesas redondas conduzidas por renomados profissionais nacionais e internacionais, dos setores público e privado. Dentre os principais assuntos que foram abordados estão: Normas de Trânsito Internacional; Visão do Trânsito Internacional no Contexto das Organizações Nacionais de Proteção Fitossanitária (ONPFs) e Análise de Riscos de Pragas (ARP) no contexto da IN 36/2010.
O II Workshop sobre Trânsito Internacional de Material Propagativo foi patrocinado pelas empresas: Sakata Seed Sudamerica, Takii do Brasil, Feltrin Sementes e Ocean Quality, e apoiado também pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).
De acordo com o presidente da ABCSEM, Steven Udsen, “o intercâmbio de informações por meio de diferentes pontos de vista e realidades do setor em diversos países, que foi proporcionado pelo evento, apontou alternativas para a dinamização do comércio de material propagativo, sem comprometer a segurança fitossanitária”.
Paulo Campante, Assessor Técnico da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), parabenizou a ABCSEM pela realização do evento e salientou que é de extrema importância que as associações que são membros da Abrasem promovam eventos como este, para tocar em pontos tão importantes relacionados ao comércio de sementes no Brasil. “A Abrasem está sempre à disposição e de portas abertas para a ABCSEM no que for preciso. Acho que todos os objetivos do evento foram cumpridos e saímos muito satisfeitos, já que há um compromisso do Ministério da Agricultura de começar um trabalho em conjunto com a iniciativa privada, a fim de construirmos algo melhor para o setor”, enfatizou.
Durante os debates, alguns pontos foram eleitos como prioritários, dentre os quais: avançar no uso de Análise de Risco de Pragas (ARP); estreitar a relação entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o setor privado; fazer uso do Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (Cosave) para permitir importação de sementes para beneficiamento; organizar grupos de trabalho para discutir a Instrução Normativa 36 (IN 36/2010); discutir tamanho de amostras para realização de análises; equilibrar o uso de certificado fitossanitário para análise; viabilizar a comercialização de pequenos lotes de sementes; formar fóruns de discussão de eventos mais técnicos; realizar novos eventos com uma agenda mais específica de acordo com as principais demandas do setor na ocasião.
Considerações sobre o evento
Confira, a seguir, algumas considerações dos palestrantes e moderadores sobre o evento.
“Acho que este evento é uma ótima forma de reunir todos em uma única sala para discutir tópicos importantes para as empresas, para o governo e também para as NPPOs de países exportadores. Espero que sejam realizados muitos outros eventos como este. Não tenho dúvidas de que o Ministério da Agricultura do Brasil está cada vez mais aberto, sobretudo nos últimos anos, às informações fornecidas pelo setor e por outros países também”. Anton van der Sommem, especialista da National Plant Protection Organization (NPPO), da Holanda.
“Este evento é muito importante para promover a interação entre as esferas pública e privada. É fundamental que haja uma compreensão da visão que o serviço público tem a respeito da questão fitossanitária e, também, quais são as necessidades do setor privado para desenvolver seu segmento. O alinhamento destas perspectivas deve ser o grande resultado deste evento. Os técnicos que estão presentes são de altíssimo nível e o setor tem um potencial incrível, ainda não desenvolvido. Se conseguirmos identificar quais são os pontos de entrave que possam ser retirados, esta será a missão do Ministério. O ritmo do governo é diferente do ritmo da iniciativa privada, mas precisamos fazer o melhor possível para atender às demandas apresentadas”. Luis Eduardo Rangel, diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (DSV/Mapa)
“Estou muito agradecida pelo convite. Fiquei contente em saber que este é o segundo encontro organizado para debater o tema. Acho muito importante ter um espaço onde todos os interlocutores que estão envolvidos com a indústria de produção, comercialização e regulação do material propagativo estejam presentes. Por isso, esta é uma chance única para que as opiniões de cada uma das partes sejam ouvidas, além de ser uma oportunidade de sensibilizar as autoridades presentes sobre os problemas e os impactos que as situações atuais têm no mercado e no desenvolvimento da indústria de sementes. O objetivo é compartilhar as ideias em prol de melhorias, por meio de um debate construtivo entre todas as partes”. María José Campos Herrera, conselheira adida agrícola da Embaixada do Chile em Brasília
“Acredito que o evento terá um grande impacto na agricultura, devido à importância deste mercado. Então, não apenas as empresas de sementes serão beneficiadas, como também a população brasileira em geral, pois é por meio das sementes que teremos melhores opções de produtos e também maior disponibilidade de alimentos. Por isso, é tão importante discutirmos esta questão fitossanitária para tentarmos encontrar caminhos que nos encorajem a fazer tudo de uma forma muito melhor e mais fácil. Sabemos que existem riscos fitossanitários, mas podemos facilitar os processos aceitando que eles existem, porém, garantindo que seremos capazes de lidar com estes riscos de uma maneira correta e eficaz”. Radha Ranganathan, diretora técnica de Assuntos Fitossanitários da International Seed Federation (ISF).
“Este evento certamente auxiliará no relacionamento entre o Mapa e a indústria e, com isso, conseguiremos trazer as sementes para o Brasil de forma mais fácil e ágil, além de termos opções novas e mais revolucionárias de variedades vegetais. Por isso, este evento, tanto pelo tema, quanto pelos palestrantes e participantes que congrega, é tão relevante para a agricultura como um todo, sobretudo no Brasil”. Tom Moore, presidente do Comitê Executivo Internacional da American Seed Trade Association (ASTA).
CERTIFICADOS:
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PALESTRAS:
3. Sr. Luis E. P. Rangel – Diretor DSV/MAPA;
4. Sra. Maria José Campos Herrera – Cons. Adida Agrícola Chile;
5. Sr. Luis E. P. Rangel – Diretor DSV/MAPA;
6. Dra. Radha Ranganathan – ISF
7. Sr. Tom Moore – HM Clause- International Executive Committee Chair – ASTA.