PALESTRA – Enxertia em Hortaliças (Haydée Siqueira, Fatec de Presidente Prudente/SP)


Na palestra que proferiu sobre “Enxertia em Hortaliças”, Haydée Siqueira, engenheira agrônoma e diretora da Faculdade de Tecnologia de Presidente Prudente (SP) – Centro Paula Souza, lembrou que a prática de enxertia em hortaliças teve início em 1920, no Japão e na Coréia, sendo a melancia a primeira cultura a ser enxertada. Em 1947, a Holanda também passou a aplicar o método. Anos depois, Japão e Coréia iniciaram a enxertia em outras culturas, tais como: berinjela (1950), melão (1955) e pepino (1965). Já no Brasil, a enxertia foi introduzida por horticultores paulistas, apenas em 1980, inicialmente na cultura do pepino. 

Segundo ela, quando foi desenvolvida, a enxertia tinha como objetivo inicial controlar nematoides e outros patógenos de solo, aumentar a tolerância das mudas às baixas temperaturas, entre outros. Posteriormente, outros benefícios foram sendo agregados à prática da enxertia, tais como: aumento da velocidade, precocidade e longevidade da produção; redução do uso de agrotóxicos e também a otimização do uso de ambiente protegido, isto porque com a utilização de um porta-enxerto resistente não há necessidade de inutilizar a estufa, por um período, para que seja realizada uma desinfecção do solo, por exemplo. 

A enxertia é um método de propagação que consiste na união de duas partes de tecido vegetal vivo, visando o crescimento e o desenvolvimento de uma única e nova planta. A união morfológica e fisiológica indica o sucesso da enxertia. Entre os fatores que a influenciam há os internos, como o nível de compatibilidade entre enxerto e porta-enxerto; e os externos, como a temperatura e umidade durante e após o procedimento, tamanho e sanidade da superfície de contato. Os portas-enxerto devem ser avaliados em relação à adaptação ao ambiente, influência na qualidade dos frutos, duração de resistência (quebra de resistência), combinação da resistência entre o porta-enxerto e o enxerto. 

De acordo com Haydée, a enxertia em hortaliças “é uma boa alternativa para o controle de patógenos em cultivo protegido e, embora não seja capaz de resolver todos os problemas, se apresenta como uma alternativa de controle em curto prazo, especialmente para doenças provocadas por patógenos de solo”, afirma. Além disso, também proporciona adaptação da planta em condições adversas e o aumento da produtividade, especialmente no cultivo de pimentão.