Por ano, brasileiro consome apenas 1/5 do total de hortaliças ingeridas pelo americano, um volume cinco vezes menor que o italiano e menos de 40% do consumo do israelense, segundo Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008/2009 do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Mesmo assim, o cultivo de hortícolas ocupa 700 mil hectares (7 bilhões de metros quadrados) do território nacional, que injetam no R$ 70,2 bilhões PIB – Produto Interno Bruto e geram 2,4 milhões de empregos diretos, além de outros 3,2 milhões de indiretos, segundo dados da ABCSem – Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas. Essas e outras informações serão mostradas no evento da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, a Pró-Horti, que será lançada pelo deputado federal Junji Abe (DEM-SP) às 8h30 desta quinta-feira (30/06/2011). No acesso ao local do evento, os convidados podem conferir uma exposição de produtos do segmento que, desde quarta-feira (29/06/11), polariza as atenções de quem passa pela área. “A ABCSem é uma das poucas instituições brasileiras que dispõem de dados sobre esses cultivares no País. Mesmo assim, somente quanto às hortaliças”, observou ele, lembrando que o consumo de olerícolas e frutas é indispensável para a saúde e tem papel decisivo na prevenção de doenças. A sistematização dos dados e a maior sinergia entre os diversos atores das cadeias produtivas são desafios a serem vencidos pela Pró-Horti que reúne mais de 200 congressistas – entre deputados e senadores – solidários ao apelo pela implantação de políticas públicas direcionadas ao segmento de verduras, legumes, tubérculos, bulbos, frutas, champignon, mel e derivados, aves e ovos, pecuária de leite de pequeno porte, flores e outros itens destinados ao abastecimento do mercado interno. A Frente também conta com um forte apoio das principais instituições brasileiras ligadas ao agronegócio. O principal objetivo da Pró-Horti é “compor um braço político visando sensibilizar o governo a dar atenção a essas categorias”, excluídas de incentivos por não se enquadrarem nos critérios da agricultura familiar, que tem o Pronaf, e nem serem culturas de exportação que geram commodities, como definiu Junji. A atuação da Pró-Horti vai além do atendimento aos micro, pequenos e médios produtores rurais. O deputado explicou que a Frente visa batalhar pela adoção de dispositivos que beneficiem toda cadeia produtiva de cada item desse segmento. Desde pesquisa, desenvolvimento de variedades e extensão rural, passando pela fabricação e venda de insumos – sementes, fertilizantes, defensivos, máquinas, equipamentos, embalagens e outros –, produção agrícola, centrais de higienização e processamento, canais de comercialização, cooperativas, organizações associativas e transporte até a mesa do consumidor. Para que as políticas públicas sejam eficientes, é preciso envolver todos os agentes e não apenas uma parte da cadeia produtiva, como justificou o parlamentar. “O consumidor final ganhará em qualidade e preço”, garantiu Junji que mantém uma relação umbilical com o agronegócio. Pertence à terceira geração dos Abe na agricultura. É empresário rural, despontando entre os grandes produtores de orquídeas da Grande São Paulo. Ao traçar um perfil do público-alvo da Frente no campo, Junji observou que a maioria dos produtores é de micro, pequeno e médio portes, ocupa modestas áreas nas várias regiões do País e dedica-se à policultura – produzindo sempre mais de duas ou três variedades. Ele ressaltou que os agentes dessas cadeias produtivas detêm boa bagagem tecnológica e, em geral, conhecem o processo completo, do campo à mesa do consumidor. Mesa diretora De acordo com Junji, para assegurar à Pró-Horti uma atuação que contemple todo o País, respeitando a enorme diversidade entre as várias regiões brasileiras, a mesa diretora contará com cinco coordenadores. Um para cada região. O Centro Oeste terá o deputado Neri Geller (PP-MT), enquanto o Nordeste contará com o deputado Oziel Oliveira (PDT-BA), o Norte, com a deputada Rebecca Garcia (PP-AM), a Região Sudeste, com o deputado Aelton Freitas (PR-MG) e o Sul, com o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS). O líder rural Durante os dez anos em que atuou na Assembléia Legislativa de São Paulo, presidiu a Comissão de Agricultura e Pecuária da Casa. Foi considerado pelos colegas de Parlamento o mais profundo conhecedor do agronegócio paulista. Ainda como deputado estadual, comandou a Câmara Setorial de Olericultura da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Surgia, assim, o embrião para uma série de melhorias nas etapas de produção, transporte e comercialização de produtos agrícolas, incluindo a padronização embalagens, metodologia para classificação de produtos e plantio programado, entre outras. A quebradeira econômica generalizada causada pela escalada inflacionária de quase duas décadas esfacelou as cooperativas agrícolas, principalmente as ligadas à olericultura. A falta de um interlocutor político junto às esferas governamentais fez com que as entidades procurassem o então deputado estadual na expectativa de garantir a sobrevivência do setor. Assim, surgiu a Associação Nacional Pró-Hortifrútis, da qual ele é o presidente-fundador. A entidade cumpriu com êxito sua função na época. Entretanto, perdeu força ao longo dos anos em razão das dificuldades financeiras que a categoria não conseguiu superar. Em especial, pela falta de políticas públicas dirigidas ao segmento. É exatamente este gargalo que Junji espera extinguir com sua atuação na Câmara Federal, aliada ao trabalho conjunto com os congressistas que aderiram à Pró-Horti. |
Mais informações: Mel Tominaga Jornalista – MTB 21.286 Tels: (11) 9266-7924 e (11) 4721-2001 E-mail: meltominaga@itelefonica.com.br |
Junji: “A ABCSem é uma das poucas instituições brasileiras que dispõem de dados sobre esses cultivares no País. Mesmo assim, somente quanto às hortaliças”