Produtos biológicos complementam o manejo de pragas e doença

 

18/03/11 – 15:52 
Msc. Fabrizio Carbone Romano, coordenador de Pesquisa e Desenvolvimento de Produtos Biológicos da BASF para América Latina

Com ação distinta da exercida pelos produtos químicos, os produtos biológicos se destacam pela atuação no manejo integrado de pragas e doenças. Esses tipos de ingredientes ativos podem ser posicionados em programas de controle, principalmente para manejar resistência de populações a determinadas moléculas e resíduos em pré ou pós-colheitas. Em geral, os produtos biológicos são específicos ou mais seletivos, contribuindo para maior preservação do controle natural em agro ecossistemas.

Os produtos biológicos agem de distintas maneiras. O controle de pragas e doenças pode ser feito utilizando inimigos naturais, feromônios sexuais, fungos, bactérias, vírus ou extratos e óleos vegetais. Dentre essa larga gama, destacamos os benefícios dos feromônios e dos biofungicidas para a fruticultura.

Os feromônios, hormônios sexuais, são utilizados para o monitoramento e controle de pragas. A técnica utilizada é conhecida como confusão sexual dos machos. O uso no campo ocorre da seguinte maneira: em um primeiro momento, armadilhas contendo o feromônio sexual são colocadas nas áreas com o propósito de atrair insetos do sexo masculino daquela espécie. Com a observação periódica, os técnicos são capazes de reunir dados como: momento inicial de surgimento da praga, densidade populacional ao longo da safra, e identificação de áreas com maiores e menores infestações. Após uma pulverização com inseticidas convencionais para diminuir a população da espécie, são colocados a campo em torno de 500 “dispensers” ou liberadores com quantidade mais concentrada do mesmo feromônio sexual. Em resumo, os machos ficam confusos, já que são incapazes de localizar a fonte de feromônio. Esse processo evita a copulação e consequentemente a perpetuação da espécie na área.

A grande vantagem desta tecnologia é a redução na densidade populacional da praga a índices inferiores ao de tomada de decisão de controle. Esse sistema de supressão populacional também possui uma ação de controle de até 180 dias e neste período não há necessidade de se realizar pulverizações com inseticidas voltadas para o controle da espécie. A técnica de confusão sexual dos machos já é utilizada em diversas partes do mundo com destaque para a cultura da maçã.

Outros produtos importantes para a fruticultura são os fungicidas. No entanto, algumas moléculas quando utilizadas com grande freqüência para manejo de algumas doenças podem gerar ao longo do tempo populações de microorganismos resistentes, dificultando o manejo destes fitopatógenos. Como estratégias para melhorar a eficiência do controle de determinadas doenças em fruticultura, além da pesquisa e desenvolvimento de novas moléculas, a introdução de biofungicidas em programas de manejo é uma grande estratégia aliada à fitotecnia em futicultura. Um exemplo é o composto desenvolvido a partir da bactéria gran-positiva Bacillus Subtilis. Trata-se de um agente biológico não patogênico, comum no solo e na água. O produto age como uma ferramenta de proteção e tem como característica principal inibir o desenvolvimento de outros agentes biológicos além de possuir lipopeptídeos específicos que atuam em sítios de ação completamente distintos das moléculas dos demais fungicidas utilizados,no manejo de algumas doenças..

Com isso, os fruticultores têm mais uma solução ou ferramenta para suas atuais necessidades na cadeia de valor da produção de alimentos. Agindo de maneira eficaz, o biofungicida pode ser aplicado próximo à colheita objetivando o manejo de resíduos. Desta maneira, os produtores também passam a ter acesso aos mercados de alto valor como grandes varejistas e exportadores que possuem restrições rigorosas a resíduos, uma vez que o biofungicida está isento dos limites de tolerância de resíduos (LMR). Este tipo de biofungicida já vem sendo utilizado em muitos países da Europa e Américas do Norte, Central e Latina.

De acordo com dados consolidados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa – Clima Temperado), o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de frutas, com 42 milhões de toneladas produzidas de um total de 340 milhões de toneladas colhidas em todo o mundo anualmente. Apesar dos números expressivos em produção, o país ocupa a 12ª posição na exportação de frutas. Os números demonstram o potencial brasileiro para a fruticultura e indicam que o País tem a oportunidade de acessar novos mercados. Por esta razão, a indústria deve investir em tecnologia e inovação para disponibilizar aos fruticultores produtos e soluções que auxiliem no manejo de resistência de doenças e pragas e agreguem valor ao campo, permitindo a abertura de novos mercados.

As informações são da assessoria de imprensa da BASF.