Entenda como o dólar baixo afeta o agricultor brasileiro

A valorização do real frente ao dólar virou uma dor de cabeça para a equipe econômica do governo. Esta semana, a moeda americana até reagiu um pouco. Mesmo assim, o câmbio é uma preocupação, inclusive para os agricultores.

O dólar barato como está hoje, é ruim para a agricultura brasileira. Esta é a opinião de Roberto Rodrigues, que já foi ministro da Agricultura e é coordenador do GV Agro, centro de agronegócios da Fundação Getúlio Vargas.

“O Brasil é hoje um importante país exportador agrícola, produtos como soja, café, suco de laranja, açúcar e carnes que são importantes para o nosso saldo comercial são afetados pelo dólar desvalorizado”, diz.

O produtor brasileiro, quando vende pra fora, acaba recebendo menos reais. Pra exportação tem algum fator que atenua um pouco este prejuízo do câmbio?

“Circunstancialmente, neste ano sim, porque os preços agrícolas, principais, estão elevados. A seca na Europa Central e na Austrália derrubou a produção de trigo, isso levantou o preço do trigo, da soja e do milho, com reflexo também nas carnes. Tudo subiu, de modo que os preços agrícolas estão bons em dólar e por tanto em reais, isto compensa um pouco, mas isto é uma circunstância. Nada garante que daqui a seis ou sete meses quando colhermos a nossa safra de verão, os preços estarão bons ainda e a tendência é que o dólar continue desvalorizado, portanto é bom: número um, botar as barbas de molho, e número dois, fazer uma posição no mercado futuro, vendendo pelo menos uma parte da safra”, conclui.

Uma das consequências positivas do dólar baixo para a agricultura é a queda de preço dos produtos importados. É o caso dos fertilizantes, que ficaram mais baratos nesta safra.

Acesse o link a seguir e confira a entrevista completa com o ex-Ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, sobre o assunto: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1361412-7823-ENTENDA+COMO+O+DULAR+BAIXO+AFETA+O+AGRICULTOR+BRASILEIRO,00.html
 

Fonte: Globo Rural