Sem ter para quem vender as mudas de laranja, um produtor resolve investir no pimentão
A propriedade cercada de pomares não poderia ter outra vocação, lá são produzidas mudas de pés de laranja. O produtor Luiz Carlos dos Santos esta no negocio há 30 anos e quer esquecer o último. Em 2009, ele só teve prejuízo. “Eu tive 22 funcionários, hoje estou com 7 e as vendas caíram 50% por causa dessa crise do grenning e do preço da laranja”, diz Luiz.
Para evitar mais perdas ele resolveu diversificar a produção. “Tem que ter o pé em duas canoas”, afirma Luiz. Na maior das estufas ele esta produzindo pimentão vermelho e amarelo começou em novembro e já está tirando a primeira colheita. Com já tinha toda a infra estrutura o custo de produção foi baixo e o resultado é promissor.
O produtor acredita que o cultivo protegido vai render 50% a mais do que se ele tivesse optado pelo manejo em área aberta, a temperatura e a irrigação controladas garantem pimentão o ano todo, com ou sem chuva. A produção segue para São Paulo, o preço esta bom, agora só faltam parceiros. “Seria melhor uma certa quantidade de produtores porque ai eles viriam buscar aqui, já economizava o frete e uma quantidade assim teria uma qualidade melhor na região favorecendo o nosso município também”, diz Luiz.
A produção em estufa exige dedicação e tecnologia. É preciso escolher os materiais corretos. Isso é muito mais importante do que o tamanho da área. Como a produção é intensiva, a cultura pode ficar em um cantinho do sitio ou ate mesmo na cidade, no quintal de casa.
A horta do seu Antonio tem 250 m², os nutrientes vêm pela água, as raízes não tem contato com a terra. A técnica da hidropônia resultou produto de qualidade e cliente na porta, a cidade inteira vem comprar. “A alface dele aqui é excelente, eu acredito que é a melhor das quitandas”, diz o aposentado José Aparecido de Oliveira.
Antonio Foschiani investiu R$ 5 mil há vinte anos, recuperou o dinheiro em três. O funcionário público ganhou uma nova fonte de renda misturada com hobby. “É uma terapia no fundo do quintal”, diz ele. O quintal vai ficar ainda mais verde, ele quer plantar mais 3 mil pés de alface. Pretende se dedicar em tempo integral a atividade. “Pretendo cuidar só da estufa”, afirma Antonio.
O pesquisador da Embrapa hortaliças, Ítalo Guedes, lembra que antes do produtor optar pelo sistema é preciso verificar se os produtos vão ter saída. “Deve ser levado em consideração também a existência de um mercado consumidor razoavelmente próximo para o escoamento dessa produção, que esteja disposto a pagar um preço diferenciado, se possível, porque sem duvida nenhuma é mais caro a produção sobre ambiente protegido”, explica Ítalo.
O pesquisador faz o alerta sem deixar de citar as vantagens. Entre elas o menor uso de fertilizantes e agrotóxicos. “Tem uma forma tanto futurística de praticar a agricultura, uma forma técnica, uma forma mais cientifica. Então, claro, que exige maior conhecimento. Se for cultivo em solo é necessário ter o cuidado de que haja rotação de cultura, que haja o manejo adequado da fertilização para que não aconteça a salinização. Que haja o manejo adequado da irrigação”, conclui Ítalo.
Clique no link a seguir e confira a reportagem sobre o assunto: http://eptv.globo.com/emissoras/emissoras_interna.aspx?292128
Fonte: EPTV.com – Caminhos da Roça