Estudo realizado pelo Ipea apresenta um panorama da participação do agronegócio na economia brasileira
O ano de 2015 foi, de fato, bastante positivo para as exportações agrícolas brasileiras. Um estudo recente do Ipea, o Texto para Discussão nº 2249, A Dinâmica do Crescimento das Exportações do Agronegócio Brasileiro, mostra que o país tem força suficiente para exportar cada vez mais itens produzidos pelo agronegócio. Os dados apresentados na pesquisa fazem uma retrospectiva da economia brasileira desde 1989 até 2015, considerando o agronegócio e os demais setores da economia.
Levando-se em conta apenas a exportação do agronegócio percebe-se que o saldo brasileiro é positivo e teve crescimento expressivo a partir de 2002, resultando em US$ 75,1 bilhões em 2015. Quando se analisa os demais setores da economia – de 1994 a 2003 e de 2007 a 2015 –, o resultado foi negativo (-US$ 53,4 bilhões).
Isso mostra o quanto o agronegócio é importante para equilibrar as contas externas brasileiras. “Não tenho dúvida que o setor agrícola é o mais preparado para aumentar a produtividade e para contribuir com a retomada do crescimento”, explicou José Eustáquio Vieira Filho, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e responsável pelo estudo, ao lado da bolsista Rebecca Lima Albuquerque Maranhão.
Desafios
Eustáquio mostrou que a competitividade brasileira vem diminuindo nos últimos anos e chamou a atenção para alguns desafios futuros, como a melhoria da infraestrutura logística e a criação de um ambiente favorável às exportações. “É preciso compreender que o setor agropecuário é estratégico no processo de crescimento e desenvolvimento da nossa economia. É um setor que gera alto valor agregado e que tem efeitos de transbordamentos significativos. Basta verificar o desenvolvimento das regiões baseadas no agronegócio”, alertou.
Outro ponto está relacionado a questões internas e ao fomento da competitividade macroeconômica externa. Para o técnico, é necessário solucionar a crise política para só então definir políticas estratégicas de crescimento. “Uma vez equacionados os problemas internos políticos, é preciso fazer com que a economia volte a crescer. Nesse sentido, as políticas de desburocratização e desregulamentação da economia são favoráveis para estimular a competitividade externa dos produtos nacionais”, finalizou.
Fonte: Ipea