Anvisa diz que agricultores estão usando mais agrotóxicos do que o necessário

Preocupação é evitar que os alimentos com excesso de agrotóxicos cheguem até os consumidores

Por Letícia Luvison

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que os produtores de frutas e hortaliças brasileiros têm usado mais agrotóxicos do que o permitido no combate a pragas e doenças. O Ministério da Agricultura, no entanto, diz que não há dados suficientes para comprovar que o uso está acima do limite.

Produtor de hortaliças há 17 anos, Jaime Jorge Araújo, atribui o grande número de clientes ao tratamento adequado dado as lavouras. Cada uma das mais de 40 variedades que ele produz, recebe atenção especial. Além dele, dois agrônomos orientam os funcionários no manuseio dos defensivos.

– Como a gente trabalha com hospitais, restaurantes, hotéis, grandes redes, a gente se preocupa com a qualidade do produto, tem que ser boa.

Mas nem todos os produtores rurais têm o mesmo cuidado. Muitos não sabem como aplicar corretamente os insumos e usam os produtos em quantidade superior ao necessário, como revelou o último Censo Agropecuário feito no Brasil. Problema que está na mira da Anvisa.

– A má utilização só vai ser banida com a informação. O que temos feito é em conjunto com as vigilâncias sanitárias dos Estados. Agir direto na fonte do problema, ou seja, naquele agricultor que está causando problema – afirma o gerente de Avaliação do Risco de Toxilogia da Anvisa, Ricardo Augusto Velloso.

A preocupação dos órgãos fiscalizadores é evitar que os alimentos com excesso de agrotóxicos cheguem até os consumidores. Por isso, muitos supermercados estão exigindo dos fornecedores um certificado de que frutas e verduras foram produzidas dentro dos padrões permitidos pelas autoridades de saúde.

A Anvisa deve apresentar no ano que vem o resultado de um diagnóstico sobre o uso de defensivos em hortaliças. Mas o Ministério da Agricultura desenvolve o Programa de Controle de Resíduos de Agrotóxicos que já analisou o mamão e a maça. De acordo com a pasta, os dois estão dentro dos padrões em 92% dos casos.

Fonte: Canal Rural