Geada e excesso de chuva começam a provocar perdas nos hortigranjeiros Geada na semana passada, chuva em excesso no final de semana, com 90 a 125 milímetros de água, e falta de sol por dias seguidos são as causas da quebra na produção de hortigranjeiros em Santa Maria e região. A Emater Municipal não contabilizou os prejuízos, mas confirma que as perdas são significativas, pois já provocaram alta de preços pagos ao produtor devido à escassez de produtos de boa qualidade. Alface, rúcula e outras folhosas são as mais afetadas. Em alguns locais, a geada queimou as folhas. Em outros, o principal problema é o excesso de chuva, que começa a apodrecer as plantas.
O produtor Antonio Valdir Azevedo Albuquerque, 57 anos, que cultiva cinco hectares de hortigranjeiros na cidade, teme que a situação piore, pois há previsão de mais frio e chuva:
– Hortaliça gosta de temperatura na faixa de 25ºC para poder se desenvolver. Só que, agora, a terra está gelada, e a planta não cresce. O reflexo maior de falta de produto e de alta de preços será daqui a 10 a 15 dias.
Isso porque Valdir e outros produtores ainda têm nas hortas um certo estoque de hortaliças. O que não for perdido devido à chuva e à geada poderá ser vendido nas próximas duas semanas, mesmo que a qualidade já tenha caído um pouco devido ao excesso de umidade. O problema é que, com esse frio, as plantas menores não crescerão o suficiente para ter ponto de corte, e produtos, como alface e rúcula, deverão ficar escassos.
– Outro problema é que, com esse tempo, o produtor não consegue plantar. Então, daqui a 40 dias, no caso da alface, e daqui a 90 dias, para plantas de ciclo mais longo, vai haver deficiência de produtos no mercado – afirma o agrônomo da Emater Municipal Cesar Augusto Medeiros.
– E há o problema de fungos e bactérias que, devido ao excesso de umidade, causam doenças nas plantas – completa o agrônomo da Emater Municipal Soel Antonio Claro.
Segundo Cesar, o preço de um pé de alface, pago ao produtor, já subiu de R$ 0,70 para R$ 1 na cidade, e isso deve ser repassado ao consumidor.
Fonte: Diário de Santa Maria