Com mais de 500 sacas guardadas em dois armazéns, o casal de produtores Ana Maria Patla e José Patla vê a produção se deteriorar à espera de compradores. “Acredito que esse volume aguente mais ou menos 30 dias”, conta o chefe da família, que também enfrenta prejuízos na safra de batata.
O maior desembolso nesta temporada, a queda nos preços dos produtos e o compromisso de quitar dívidas junto ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) deixam os Patla em situação ainda mais apertada em relação aos vizinhos da região. “Os credores não querem saber se temos ou não comprador. Vamos ter de entregar alguma coisa quando a dívida vencer, isso inclui vaca, galinhas ou porco. Estou a ponto de largar tudo e trabalhar na cidade como empregada. Lá eu sei que terei salário no final do mês”, afirma Ana Maria.
Depois de se ver obrigado a estocar uma das safras mais sadias de cebola no paiol, Romualdo Bochnia, de 55 anos, pensa em alternativas de sobrevivência no campo. Ele e outros agricultores da região querem construir tanques para criação de peixes.
O economista do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Seab, Marcelo Moreira acredita que o início do ano letivo e o escoamento de parte da safra para outras regiões do país possam melhorar a conjuntura da cebola a partir do final deste mês. O último levantamento do órgão mostra que a área cresceu 5% na última safra, enquanto a produção aumentou 19%. Ainda segundo a Seab, 86% da área paranaense com cebola foram colhidos. (CR).
Fonte: Gazeta do Povo