Cheiro-verde está mais caro

07/02 
A chegada das chuvas tem dificultado a produção de coentro, elevando o preço do produto

O cheiro-verde, tempero formado aqui no Ceará pelo coentro e cebolinha, tem chegado mais caro à mesa do consumidor de Fortaleza. Com as chuvas, a produção de coentro é prejudicada, o que eleva o preço do produto. Segundo comerciantes do Mercado São Sebastião, o tempero, que podia ser comprado por R$ 0,20 centavos, varia agora entre R$ 1, 00 a R$ 1,50 a parelha.

“A chuva queima a verdura, não deixa ela crescer. Fica difícil comprar com o fornecedor”, explica Paulo César Pereira, que há dez anos trabalha como vendedor no mercado. Hoje, o produto é vendido aos comerciantes locais a R$ 0,80 centavos.

A dona de casa Nazaré Pereira dos Santos, de 54 anos, sentiu no bolso diferença. “Vixe Maria”, foi a expressão usada por ela ao saber o preço do tempero. “Com esse dinheiro, a gente comprava umas cinco parelhas. Eu vou comprar porque é o jeito”, disse. Já a proprietária de uma marmitaria na Aldeota, Nete Pacheco da Silva, preferiu não levar o ingrediente para casa. “Vou levar não, está muito caro”, decidiu após olhar com cuidado o produto exposto.

Para Paulo César, vendedor de verduras no Mercado São Sebastião, a alta nos preços não tem prejudicado as vendas. “A procura é sempre grande, então a gente acaba lucrando um pouquinho”, conta. O comerciante afirma vender de 80 a 100 parelhas de cheiro-verde por dia.

Já alguns boxes do mercado preferiram não ofertar o produto durante o período de chuvas. “A gente costuma vender, mas como está muito caro não estamos vendendo agora”, afirma Adalberto Ferreira, vendedor antigo de verduras no mercado. José Gonçalves, conhecido por seu Teixeira, foi outro vendedor que optou por não ofertar cheiro-verde em suas prateleiras durante este período. “No inverno acaba tudo. O pessoal procura, mas como subiu muito a gente não está vendendo. Está caro pra comprar do fornecedor, pra ter lucro tem que aumentar o preço de venda. Aí, o cliente reclama”, explica. Com as chuvas, apenas o cheiro-verde teve seu preço elevado. Outros tipos de verduras no São Sebastião não sofreram alterações.

Mudas

Para tornar a cidade mais verde, arborizada, para os eventos da Copa de 2014 em Fortaleza, a Prefeitura está com a promessa de aumentar a produção de mudas em 50%, cerca de 150 mil unidades produzidas ainda neste semestre. Com essa meta a Empresa Municipal de Limpeza e Urbanização (Emlurb) precisa contar com a ajuda da chuva para germinação das espécies que serão plantadas, conforme o presidente da Emlurb, Roberto Rodrigues, nos canteiros dos principais corredores da cidade.

Para a comerciante, Socorro Eugênia, 53, faltam mais árvores e mais atenção com a vegetação. Morando em frente a um canteiro malcuidado, na Avenida Virgílio Távora com a Rua General Potiguar, ela reclama do lixo e dos “matos secos” que se acumulam. “A cidade está feia, cheia de lixo. Se colocassem mais plantas ficaria mais bonita e agradável”, comenta.

Conforme o presidente da Emlurb, ao contrário do ano passado, quando a curta estação chuvosa implicou numa redução da produção em 20%, neste ano os meses de janeiro a abril representarão um desempenho superior, inclusive, ao de 2008, quando houve uma quadra invernosa mais regular.

Fonte: Diário do Nordeste