Chuvas encarecem alimentos

Vários itens estão mais caros na mesa do recifense. Em especial, frutas e verduras

Por Mirella Falcão

Além dos transtornos nos centros urbanos, as chuvas também estão provocando prejuízos na mesa do consumidor. Vários alimentos estão mais caros, devido a problemas na produção por conta das condições climáticas. Em especial, frutas e verduras. O tomate é o caso mais preocupante. A caixa de 25 kg, que já custava no Ceasa R$ 44,57, no fim de março, ontem saltou para R$ 60. No ano passado, nesta mesma época, a caixa estava à venda por R$ 17,14, acumulando uma alta de 250%. A perspectiva é que os preços do tomate e outras hortaliças se mantenham em alta até o segundo semestre. Para não ter o bolso afetado, a alternativa é mudar a dieta, substituindo os alimentos mais caros pelos que estão mais baratos ou não sofreram alteração.

“O quilo agora está por R$ 2,40. O preço histórico é R$ 0,80”, comenta Marcos Barros, chefe de informação do mercado agrícola do Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa-PE). Nas prateleiras do supermercado, o valor cobrado pelo quilo já passa dos R$ 5. “A produção das principais regiões produtoras foi prejudicada pelas chuvas, que além de reduzirem a produção, dificultam a logística. Tudo isso aumenta custos e influencia nos preços”, defende.

A batata inglesa é outro item que não está agradando o bolso dos consumidores. Em uma ano, mais que dobrou de valor, passando de R$ 69,52 para R$ 160 (o saco de 50 kg). A cenoura, cujo quilo está por R$ 2 no Ceasa, também acumula alta de 30,7%. Outra surpresa é o alface. Nos últimos quinze dias, o pé da folhosa passou de R$ 0,36 para R$ 0,70 (alta de 94,44%). A razão do aumento é a mesma. Chuvas.

Entre as frutas, abacaxi (8,59%), banana (5,12%) e laranja (10,54%) estão mais caros por estarem em entressafra. A maior alta, no entanto, é do maracujá, que subiu R$ 62% nos últimos quinze dias. “O quadro é atípico. Estamos em plena safra, que é de fevereiro até agosto. Houve uma diminuição da produção mesmo. Alguns produtores optaram por outras culturas. Por isso, não há previsão para redução de preços”, comenta Barros.

O valor da cebola e o da laranja tendem a baixar a partir de junho, quando começa a safra desses produtos. Já os preços das demais hortaliças e frutas, como tomate, cenoura, batata, alface, banana e abacaxi, só devem recuar a partir do segundo semestre. Como alívio para o consumidor, o açúcar, que acumulava aumento de 61,41%, apresentou o primeiro recuo em um ano, no início deste mês, com queda de 5,75%. O arroz branco também está em trajetória decrescente e caiu 17,5%, entre a última semana de março e ontem. A carne e o leite estão em alta, mas com preços estáveis. O feijão, no entanto, subiu 31,82% nas duas últimas semanas. “O preço caiu muito em 2009. Está havendo uma recomposição. Mas, com a entrada da segunda safra, deve cair 20%”, prevê Barros.

Fonte: Diário de Pernambuco