Chuvas podem prejudicar hortaliças

O excesso de chuvas pode prejudicar o cultivo de frutas e hortaliças, principalmente porque as condições climáticas favoreceram o desenvolvimento de doenças fúngicas. Segundo dados da Universidade de Santa Cruz do Sul, somente neste mês choveu aproximadamente 141,4 milímetros no município. No entanto, conforme informações do escritório da Emater/RS-Ascar, os agricultores locais ainda não sofreram perdas significativas que reflitam na comercialização.

Conforme o técnico agrícola Paulo Zampiere, pelo menos por enquanto os produtos não foram afetados em quantidade e qualidade expressivas. “A Ceasa Regional, feiras e mercados continuam sendo abastecidos normalmente.” Uma das razões para esta situação é que a maioria dos produtores do município protege as plantações por meio da plasticultura. “As propriedades estão preparadas com tecnologia para amenizar as perdas, especialmente na linha de folhosas.”

Segundo explica o chefe do escritório da Emater, Assilo Martins Correa Junior, as incidências de geada também não comprometeram as culturas até o momento. Ele ainda destaca que, por causa dos atuais índices pluviométricos, os produtores não precisaram de irrigação neste inverno. No entanto, alerta que podem surgir problemas caso continue chovendo. “A umidade e falta de luminosidade favorecem a aparecimento de doenças fúngicas.” Além disso, o tempo desfavorável atrapalha no preparo do solo, semeadura e demais tratos culturais.

TRABALHO

Em Linha João Alves, Deomar Hentschke, de 53 anos, trabalha no ramo de hortaliças juntamente com a esposa Nelci. Dos 14 hectares da propriedade, quatro são ocupados para a produção de verduras e legumes, dimensão que torna a plasticultura inviável. “Plantamos a céu aberto por uma questão financeira.” Por esta razão, a lavoura está suscetível às intempéries climáticas. Durante o mês de julho, devido às chuvas, Hentschke calcula que vai colher aproximadamente 30% a menos.

Além de prejuízos no desenvolvimento e qualidade das plantas, o produtor destaca que o trabalho no campo fica comprometido. “O serviço está atrasado, porque não conseguimos nem entrar na lavoura.” Entre as culturas prejudicadas, a do brócolis é a que tem maior quebra, cerca de 50%, seguida da alface, com 30%. Mesmo com a redução, o produtor explica que na agricultura, especialmente na produção de hortaliças, a interferência do tempo é normal. “Já estamos acostumados, por isso já plantamos a mais para cobrir possíveis perdas.”

A família Hentschke comercializa seus produtos na Feira Rural do Arroio Grande. Em condições normais, a produção média chega a uma tonelada por semana. O leque produtivo contempla alface, brócolis, rúcula, couve-flor, beterraba, cenoura, rabanete, entre outros. Com otimismo, alto astral e dedicação, o casal toca os negócios e colhe prosperidade mesmo nas adversidades.

Fonte: Jornal Gazeta do Sul