Análise elaborada pela equipe de pesquisadores do Centro Integrado de Informações Agrometeorológicas do Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Ciiagro) e Centro de Monitoramento e Mitigação de Seca e Adversidades Hidrometeorológicas (Infoseca) mostra os efeitos do alto índice de chuvas registrado em dezembro no Estado.
Os efeitos negativos foram imediatos e continuam causando dificuldades, devido aos problemas de conservação do solo e alagamentos. A dificuldade não está somente na qualidade, no desenvolvimento da cultura, perdas por doença ou podridão, conforme alerta o pesquisador Orivaldo Brunini. “A colheita também fica prejudicada, assim como o trânsito de máquinas agrícolas. Os solos ficam encharcados, pode haver erosões”, diz.
De acordo com ele, em São Paulo, poucas atividades poderão se beneficiar das chuvas intensas. “É o caso das pastagens e dos seringais, que necessitam maior reserva hídrica”, explica Brunini.
Para o agricultor, é essencial procurar orientação (oferecida nas regionais da Secretaria localizadas por todo o Estado), para evitar perdas de sementes e mudas nas tentativas de novos plantios antes que o solo já tenha se estabilizado.
No caso da cana-de-açúcar, a colheita em dezembro foi altamente prejudicada, afetando o acúmulo de açúcar e transformação para sacarose, o que deverá ter efeitos também sobre as plantas em desenvolvimento.
Para a cultura da videira, a alta pluviosidade afetou a qualidade e teor de brix (ou seja, as uvas podem ficar menos doces do que seria o normal). Ainda segundo o estudo, com relação às hortícolas, foi afetada sensivelmente a qualidade das folhosas e induzida a maior ocorrência de doenças.
Frutíferas como figo, pêssego e maçã tiveram a maturação afetada e a qualidade
prejudicada. A cultura do milho semeado em outubro poderá ser afetada na formação das espigas.
Quanto ao café, o excesso de chuvas sobre a floração e frutificação resultará em depreciação da qualidade, em função da heterogeneidade na maturação dos frutos. Em 2009, segundo estudiosos, a cafeicultura paulista já havia apresentado floração atípica, caracterizada por inúmeras floradas de baixa intensidade, distribuídas em períodos excessivamente longos, se estendendo de agosto até início de dezembro, resultando em frutificação irregular, com frutos nos mais diferentes estágios de desenvolvimento. (Veja a análise completa e outras informações no site www.ciiagro.sp.gov.br)
Fonte: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento / MAPA