A chegada do frio trouxe mudanças na produção de hortaliças no cinturão verde da cidade de São Paulo. Na região de Mogi das Cruzes, as variedades consumidas cozidas ganham espaço na lavoura.
A alface lisa já passou do ponto para colher. Com a baixa nas vendas, o sítio em Biritiba Mirim perdeu 5,7 mil pés e não tiveram saída. A estimativa do produtor é de que as vendas já tenham caído cerca de 80% em relação aos meses mais quentes do ano. O preço acompanha.
“Na época do verão a gente consegue vender alface na faixa de R$ 10 a R$ 12 a caixa com 20 pés. Agora, por R$ 4 ninguém está querendo”, falou o agricultor Dorival dos Santos.
Para garantir as vendas os agricultores apostam nos produtos que podem ser consumidos quentes. Em uma área foram plantados quatro hectares apenas com variedades de couve-flor e brócolis. Além disso, o preço está bom. Custa cerca de R$ 20 a dúzia.
Outro sítio, em Mogi das Cruzes, vende cerca de cem dúzias de couve-flor por semana nesta época do ano. O agricultor só faz esse cultivo no inverno. São 150 canteiros onde também é produzido o brócolis ninja. A venda das folhosas é para recuperar as perdas com a alface. A área de oito hectares da verdura é reduzida para apenas um terço todo ano quando chegam as baixas temperaturas.
O agricultor Maurício Kimoto contou que as dificuldades do manejo durante o frio tornam a produção inviável. “O ciclo de alface aumenta em torno de 20%. Demora mais para colher. Então, com a demora o terreno fica mais tempo ocupado, o que obriga a plantar menos”, falou.
Fonte: Rural Centro