Como Cultivar Rúcula

 

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De rápido crescimento e fácil cultivo em canteiros ou até em caixotes, a hortaliça não exige muita mão de obra e tem consumo em expansão


Texto João Mathias
Consultor: Luis Felipe Villani Purquerio*

Não é todo mundo que gosta do sabor levemente ‘ardido’ da rúcula. Mas é justamente essa característica que fez a hortaliça ganhar espaço no cardápio da população brasileira e nos canteiros dos horticultores nacionais. Não há grandes restrições de local para o seu cultivo, mas vai ter maiores vantagens comerciais quem implantá-lo no entorno de grandes cidades. A proximidade com os centros urbanos é valiosa porque aí há uma maior concentração de restaurantes e pizzarias, os principais compradores de rúcula.

Planta originária da região do Mediterrâneo e conhecida desde a Antiguidade, a rúcula é servida crua em saladas e como ingrediente de tortas, massas e sanduíches. Ela também caiu na graça dos consumidores como cobertura de pizza, combinada com tomates secos e muçarela de búfala. Em feiras, supermercados e centrais de abastecimento, a hortaliça é vendida em maços, mas também há a opção de comprá-la limpa e embalada em grandes redes de varejo.

De rápido crescimento e fácil cultivo em canteiros, a rúcula é uma ótima opção para pequenos produtores. Não exige muita água e adapta-se a diferentes regiões, embora locais com temperaturas amenas sejam os mais indicados para o seu cultivo. A melhor época para se plantar no estado de São Paulo, uma das áreas onde se concentra a produção, vai de março a julho. O uso de estufas agrícolas é uma alternativa para viabilizar a produção nos períodos de chuva durante o verão.

No Brasil, as variedades mais usadas da Eruca sativa Miller, nome científico da rúcula, chamam-se folha larga e cultivada. Há ainda duas outras espécies dessa planta na família Brassicaceae, a mesma que abriga couve, couve-flor, repolho e brócolis. De bordas lisas a recortadas, as folhas grandes e tenras da hortaliça são fonte de vitamina C e de ferro.

Para consumo próprio ou comercialização, a rúcula pode ser plantada tanto em caixotes com 25 centímetros de altura como em terrenos extensos. A hortaliça prefere solos médios, baixa acidez e alto teor de matéria orgânica.

RAIO X
SOLO: de textura média, pouco ácido e rico em matéria orgânica
CLIMA: temperatura entre 15 e 18 graus
ÁREA MÍNIMA: vasos e hortas caseiras
COLHEITA: 30 a 40 dias após o plantio
CUSTO: 100 gramas de sementes são vendidos a R$ 10
MÃOS À OBRA
Terrenos com risco de encharcamento favorecem surgimento de doenças na cultura

INÍCIO – o cultivo de rúcula é feito por propagação por sementes.
Elas podem ser compradas em lojas especializadas na venda de produtos agropecuários ou ainda em cooperativas. As sementes são encontradas em envelopes ou latas de 50, 100 e 500 gramas.
PLANTIO – há dois métodos: diretamente no canteiro definitivo ou em bandejas; em ambos deve-se manter de 15 a 25 centímetros de espaçamento entre linhas. Na semeadura direta, usa-se apenas 0,2 grama de semente por metro linear. Em bandejas, o indicado é usar, em cada célula, de quatro a oito sementes, que germinarão entre três e quatro dias. Nas horas mais frescas do dia, faça o transplante assim que a muda apresentar de três a quatro folhas.
AMBIENTE – os locais de temperaturas amenas são os mais indicados para o desenvolvimento da rúcula. A hortaliça apresenta bom crescimento entre 15 e 18 graus, pois em faixas com temperaturas mais elevadas suas folhas ficam menores e com textura inadequada para comercialização. Contudo, é possível o cultivo de rúcula mesmo em locais quentes.
IRRIGAÇÃO – muita água nos canteiros prejudica a hortaliça, favorecendo o surgimento de doenças. Por isso, é bom evitar terrenos com risco de encharcamento. No entanto, é importante não descuidar da irrigação, regando a plantação todos os dias pela manhã.
PRODUÇÃO – a hortaliça está pronta para o consumo entre 30 e 40 dias após o plantio. Evite passar desse prazo, quando a rúcula inicia o período reprodutivo e as folhas ficam mais fibrosas. A colheita é feita preferencialmente arrancando-se a planta inteira, com folhas e raízes. Porém, pode-se apenas retirar as folhas para permitir nova brotação. Nesse caso, elas devem ser cortadas acima da gema apical.

*Luis Felipe Villani Purquerio é pesquisador científico do IAC – Instituto Agronômico de Campinas, Av. Theodureto de Almeida Camargo, 1500, CEP 13075-630, Campinas, SP, tel. (19) 3241-5188, ramal 397, felipe@iac.sp.gov.br
Onde comprar: as sementes podem ser adquiridas em empresas agropecuárias e até em redes de supermercados.
Mais informações: Embrapa Hortaliças, Rodovia Brasília/Anápolis, BR-060, km 09, Gama, DF, Caixa Postal 218, CEP 70359-970, tel. (61) 3385-9000, sac.hortalicas@embrapa.br

Fonte: Globo Rural e Embrapa