Conforme o local de compra, preços de orgânicos podem variar mais de cinco vezes

 
Dependendo do local de compra, o preço de alimentos orgânicos pode variar mais de cinco vezes, segundo constatações de pesquisa realizada pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

De acordo com levantamento do Instituto, o consumidor de Curitiba, por exemplo, pode pagar de R$ 0,70 a R$ 3,94 por um pé de alface orgânico do tipo americana, o que equivale a uma diferença de 462,85%.

Já o quilo do tomate orgânico varia 259,33% no Recife, onde os preços deste produto ficam entre R$ 3 e R$ 10,78. Em São Paulo, por sua vez, a maior variação de preços também foi verificada no quilo do tomate, de 115,29%, com o alimento sendo encontrado desde R$ 5,95 o quilo até R$ 12,81. Na tabela abaixo é possível verificar a variação de preços por estado em alguns dos itens pesquisados:
 

Variação de preços de orgânicos

 

CidadeAlfaceBerinjelaCebolaChuchuPimentão VerdeRepolho VerdeTomate
São Paulo79,07%83,60%87,33%13,26%66,77%97,45%115,29%
Recife123%70%148,50%124%35%110%259,33%
Curitiba462,85%166,66%139%105%114,66%242%
Fortaleza60,69%106,48%107,87%300%60,32%19,90%89,94%

Feira x supermercados

No geral, ainda conforme a pesquisa, os preços mais baixos são os praticados pelos feirantes, enquanto que os mais caros são os do supermercados.

Isso acontece porque, na maior parte dos casos, o feirante é o próprio produtor; assim, sem intermediários, é maior a probabilidade de o preço final ser mais baixo. No que diz respeito aos supermercados, diz o Instituto, a logística inflaciona os preços, já que as empresas gastam mais com distribuição e demandam itens que encarecem os produtos, como as embalagens.

Além disso, especialistas acreditam que os supermercados entendem que a procura por orgânicos se concentra no público de maior poder aquisitivo e, por isso, acabam cobrando preços mais caros pelos produtos.

Orgânicos

O Idec informa, com base em números da Agrosuisse, que o setor de orgânicos cresceu 235% entre os anos de 1999 e 2008, sendo que, no Brasil, a média anual de crescimento é de 30%.

Este tipo de alimento é caracterizado pelo não uso de fertilizantes sintéticos solúveis, agrotóxicos e transgênicos em sua produção. A eles aplicam-se princípios que contemplam o emprego responsável dos recursos naturais, além de pressupor a sustentabilidade social e econômica.

No que diz respeito às diferenças entre os alimentos orgânicos e os convencionais, sob a ótica dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) não há variações. Por outro lado, no campo dos micronutrientes (vitaminas, minerais e fitoquímicos) , os orgânicos têm 12,7% mais de proteína, 53,6% mais de betacaroteno, 8,3% de cobre, 7,1% de magnésio, 6% de fósforo, 2,5% de potássio, 8,7% de sódio, 10,5% de enxofre e 11,3% de zinco.

Quanto aos fitoquímicos, os teores também são maiores: na média, 13,2% a mais de compostos fenólicos (antioxidantes que combatem o envelhecimento das células) e 38,4% de flavonoides, que, entre outras coisas, têm ação anticancerígena.

Fonte: InfoMoney