Cultivo da melancia com menos fertilizantes

Pesquisa informa sobre as dosagens de substâncias fundamentais usadas em fertirrigação que favorecem a produção de frutos de qualidade
 
Por Breno Fonseca

O uso indiscriminado de fertilizantes para reposição de nitrogênio, potássio e fósforo é a principal preocupação do projeto desenvolvido no distrito de Juremal, no município de Baraúna (RN). Para diminuir as dosagens excessivas no cultivo da melancia e, ao mesmo tempo, garantir ou até mesmo aumentar a produtividade, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) já vem realizando estudos de campo para fornecer dados ao agricultor sobre a fertirrigação das lavouras, de acordo com as exigências das cultivares utilizadas.

Segundo José Francismar de Medeiros, professor da UFERSA e responsável pela pesquisa, para a produtividade média de 30 a 40 toneladas por hectare, é aconselhável o uso de 80 a 120kg de nitrogênio e de 120 a 150kg de potássio. Já a aplicação de 100 a 180kg de fósforo deve ser feita no solo, no sulco do plantio ou na cova com 15 a 20cm de profundidade, enquanto que na fertirrigação esse valor varia de 50 a 60kg. O professor explica que os fertilizantes totalmente dissolvidos em água são colocados num tanque de derivação ou são usados com um injetor tipo Venturi, o mais utilizado na região.

— Com o cloreto de potássio, dá para se trabalhar com 1kg para cada 5 litros de água. Para sulfato de potássio, 1kg para 10 litros. Com o nitrogênio, temos a uréia que, hoje, é uma fonte mais barata, com 1kg para 3 litros. Outra fonte é o nitrato de cálcio, na proporção de 1kg por 3 litros. E tem nitrato de potássio, que fornece nitrogênio e potássio e é mais recomendado que a uréia, porém mais caro, e deve ser utilizado num período da cultura que exija uma taxa de crescimento maior e quando a água de irrigação é mais salina, com a média de 4kg para 5 litros — enumera José Francismar, destacando que, para o produtor checar a dosagem correta, pode fazer uma análise foliar no período de frutificação no intuito de verificar os teores de nutrientes.

Outra medida adotada é o monitoramento do solo com um extrator de solução, que possibilita a verificação do excesso de fertilizantes. O professor da UFERSA comenta que existe, inclusive, um projeto aprovado pelo CNPq, que ainda está em andamento, cujo objetivo é analisar a quantidade de insumos para a cultura da melancia usando o extrator de solução. Desta forma, ao invés de colocar uma dose pré-fixada, o agricultor mantém a sanidade do solo com concentrações específicas. 

Os estudos da UFERSA foram realizados em três ensaios de campo. Os produtores de melancia já puderam acompanhar dois deles em propriedades rurais. O próximo passo é mostrar os efeitos da diminuição dos insumos em unidades de demonstração para informar ao produtor que as dosagens são ajustadas em função de cada região, devido às diferentes cultivares e a variação dos ciclos de produção, e que o excesso de fertilizantes não trazem respostas positivas. 

Para maiores informações, basta entrar em contato pelo telefone (84) 3315-1740 Ramal: 1799.
 

Fonte: Portal Dia de Campo