Dez dicas para montar hortas ecológicas

Por Gustavo Schiedeck e Claudine Dinali Santos Seixas
 
1.      Intercalar espécies: para melhorar o uso do solo é interessante misturar, no mesmo canteiro, espécies com características diferentes, como plantas que produzem frutos com plantas que produzem folhas, ou plantas que produzem flores com plantas que produzem raiz.

2.      Usar plantas companheiras: certas plantas gostam da companhia de outras, ajudando-se mutuamente através de reações bioquímicas. Alguns exemplos de grupos de plantas que são companheiras:

  • Tomate, pimentão ou berinjela + alface ou chicória;
  • Abóbora, pepino, chuchu ou melão + feijão ou ervilha + milho
  • Alface ou chicória + cenoura ou rabanete
  • Berinjela + feijão
  • Beterraba + couve ou salsão
  • Cenoura + alface ou tomate
  • Repolho, brócolis, couve-flor ou repolho + cenoura, beterraba, feijão

3.      Fazer rotação de culturas: é muito importante fazer a rotação nos canteiros, ou seja, evitar o cultivo da mesma planta (ou de plantas da mesma família) sempre no mesmo canteiro. Assim, após o tomateiro não plante pimentão ou berinjela, pois são plantas da mesma família e que são sensíveis às mesmas doenças. Mas pode-se plantar alface ou cenoura ou repolho.

4.      Controlar formigas e lesmas: pode-se evitar que as formigas se aproximem da horta plantando ao redor dos canteiros hortelã, gergelim ou simplesmente espalhando carvão moído, farinha de ossos ou mesmo casca de ovo moído pelas áreas mais atacadas. Para se livrar das lesmas, a forma mais simples é atraí-las com um pano de estopa embebido em água e leite, colocado à noite ao redor das plantas atacadas. Na manhã seguinte as lesmas podem ser recolhidas sob o pano e eliminadas.

5.      Manter a vegetação espontânea: as plantas chamadas de inços, invasoras ou daninhas são geralmente abrigo para uma série de pequenos insetos e aranhas que são inimigos naturais de diversas pragas. Portanto, quanto mais “limpa” for a horta, maior a chance dela ser atacada por algum inseto.

6.      Usar plantas repelentes: algumas plantas produzem substâncias químicas que repelem os insetos que se alimentam dos cultivos. Assim, plantas como cravo-de-defunto, crisântemo, arruda, alho, entre outras, podem ser cultivadas próximas da horta como forma de prevenção.
 

7.      Usar resíduos orgânicos: grande parte dos resíduos domésticos pode ser utilizada para enriquecer o solo: cinza de fogão à lenha é rica em potássio e casca de ovo em cálcio. Estercos de animais e resíduos de corte de grama e mesmo da horta podem ser usados para fazer adubo através da compostagem ou da minhocultura.

8.      Observar as minhocas: as minhocas, além de fazerem húmus, são ótimas indicadoras da qualidade do solo. Quando falta matéria orgânica ou os canteiros ficam muito secos ou encharcados elas costumam fugir do local indicando que alguma coisa não está boa.

9.      Ter cuidado nas aplicações de produtos: mesmo sendo naturais, os produtos usados para o controle de pragas e doenças na agricultura de base ecológica também podem ser tóxicos e causar alergias e irritações aos humanos. Previna-se usando sempre os equipamentos de proteção individual, como botas, luvas e óculos.

10.  Adaptar idéias: cada horta é um local único, com suas características próprias de solo, clima e biodiversidade. O que dá certo em um local pode não dar em outro, por uma série de motivos muitas vezes imperceptíveis. Visite outras hortas ecológicas e troque experiências com os produtores. Mas lembre-se: o importante não é copiar idéias prontas, mas sim adaptar boas idéias à sua realidade.

Fonte: Infobibos – Informações Tecnológicas – www.infobibos.com