Todas as etapas de produção, exceto a colheita, são feitas por Silmo e o filho, que se encarregam desde a adubação e aragem do solo, ao plantio e acompanhamento da plantação
FOTO cedida por Silmo Royer com a colaboração da Fetaemg Noroeste
Natural do Rio Grande do Sul, ele mora em Paracatu, noroeste de Minas Gerais, há 24 anos. No assentamento Buriti da Conquista, localizado no mesmo município ele vive há seis, com esposa e filhos, onde é também o atual presidente da Associação dos Produtores do Assentamento.
Silmo Royer é bastante conhecido em Paracatu e região, mas também tem fama em outros estados brasileiros como São Paulo, Brasília e Paraná por sua produção de melancias. Produção esta que lhe rendeu o apelido de “gaúcho da melancia”, como ele revela orgulhoso.
Em 50 hectares são plantadas 3.600 sementes. Depois de cerca de 90 dias, o resultado é uma produção, que segundo ele, varia de 20 a 30 toneladas por hectare, e que somou só neste ano, 700 toneladas de melancia. “Deu pra encher 50 caminhões”, revela Silmo.
Todas as etapas de produção, exceto a colheita, são feitas por Silmo e o filho, que se encarregam desde a adubação e aragem do solo, ao plantio e acompanhamento da plantação. Somente ao final, os dois contratam cerca de 8 pessoas cuja função é colher a fruta e carregar os caminhões que saem do assentamento em Paracatu-MG e ganham as estradas em direção a outros estados.
Para comercializar o produto, Silmo conta com o sócio, Geraldo Pinheiro, que recebe uma participação nos lucros para levar as melancias aos mercados, feiras e centrais de abastecimento de Belo Horizonte, Campinas, Ribeirão Preto, Paraná e Brasília. No próximo ano, a melancia de Silmo deve cruzar ainda mais fronteiras e chegar à Argentina: “Quero que meu produto seja cada vez mais levado para outros estados brasileiros e chegue também à Argentina”, espera.
Apesar de a produção da melancia ser hoje atividade mais rentável para Silmo, e os números reforçam isso, o agricultor, em sistema de rotação, cultiva ainda a abóbora. Estratégia encontrada para aproveitar a terra nos períodos chuvosos, época menos propícia para o plantio da fruta. “A chuva estraga a melancia, além de contribuir para disseminação de fungos e doenças”, explica o produtor.
Investimentos
Com o dinheiro ganho na plantação o “Gaúcho da Melancia” já conseguiu comprar praticamente todo maquinário necessário como plantadeira, polinizador, arador, sulcador, adubadeira. O trator, ele vendeu recentemente. O motivo? Tentar o financiamento que levará para o seu lote um trator zero Km. Mas trator novo não é artigo de luxo. Silmo explica que à medida que uma máquina dessas acumula muitos anos de uso, as despesas com manutenção vão aumentando.
Assistência
O “pequeno” produtor recebe semanalmente a visita dos técnicos da Emater MG – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais, com escritório em Paracatu. “A gente aprende, aprende e nunca sabe tudo, por isso a ajuda dos técnicos é tão importante”. São orientações sobre melhores técnicas de plantio e colheita, cuidados com o produto e informações sobre pragas e doenças, levadas pelos extensionistas ao lote do produtor.
Dados
A tradicional e doce melancia, fonte de vitaminas A, C e do complexo B, além de sais minerais como cálcio, fósforo e ferro, tem conseguido manter seu espaço na preferência dos brasileiros e no ranking das atividades rentáveis no campo. A produção mineira, que antes perdia vendas para estados do Nordeste na Ceasa Minas, entreposto de Contagem, na Grande Belo Horizonte, já disputa com a Bahia a primeira colocação no estado no quesito comercialização do produto.
Fonte: Assessoria de Comunicação Incra