A ideia é deixar a entidade mais próxima da Presidência da República, com status de Ministério. Os empresários manifestaram preocupação com a perda de competitividade da indústria brasileira. Dados divulgados nesta quinta pela Fiesp confirmam um crescimento recorde nas importações, com prejuízo aos exportadores.
A Fiesp apresentou os resultados do coeficiente de exportação e importação do terceiro trimestre deste ano. O calculo é feito de tudo o que o país produz, os analistas verificam quanto foi exportado e qual a proporção em relação ao que é comprado lá fora.
O coeficiente de importação apresentou alta de dois pontos percentuais e atingiu novo recorde. Saiu de 20,7% para 22,7%, na comparação com o segundo trimestre. É a prova de que os importados mantém forte crescimento. O coeficiente de exportação também cresceu, mas bem menos. Passou de 17,7% para 19,2%.
O setor de alimentos e bebidas foi o principal responsável por puxar alta do coeficiente de exportação do Brasil. E os produtos siderúrgicos foram os que mais contribuíram para o aumento do coeficiente de importação da indústria.
O principal inimigo do exportador brasileiro é o dólar baixo, que favorece as importações. O setor também reclama que perde competitividade por causa dos problemas de logística, financiamento, burocracia e atraso no pagamento dos créditos tributários aos exportadores.
O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Fiesp, Roberto Gianetti da Fonseca, acredita que essas questões são antigas e já conhecidas pelo governo federal. Segundo ele, o Brasil tem que melhorar a gestão do comércio exterior.
– O governo tem que fortalecer a Camex e tomar decisões que sejam implementadas pela máquina pública, pelos Ministérios e autarquias. O comércio exterior sofre desatenção e até falta de estímulo – diz Fonseca.
O pedido para que a Camex se transforme em Ministério foi feito no período eleitoral e agora deve ser reforçado junto à presidente eleita Dilma Rousseff.