Flores que enchem os olhos, a mente e o bolso

O casal Oliete e Anísio encontraram nas orquídeas a fórmula da paciência, a equação do contentamento e o segredo para um dinheiro extra no final do mês

Em 2001 eles tinham três vasinhos de orquídeas na varanda. Até aí nada demais. Só que as orquídeas foram ganhando importância, valor e história. Hoje, os três vasinhos são três mil e duzentos e as espécies, incontáveis. O casal de “floristas” defende que são adeptos e praticantes da “terapia das orquídeas”. O termo pode ser um neologismo, mas segundo eles, conviver com as plantas e cuidar delas é um santo remédio e uma alegria. O que era um passa-tempo hoje surte renda e enche os olhos de quem visita o orquidário na casa do casal.

Oliete Luchete Vieira, afirma que as flores são o futuro da família. “De repente olhamos, apaixonamos e ficamos com as orquídeas, é um vício bom demais”, comenta. Ela diz que até que não cai na corrente sanguínea é um hobby, depois não para mais. “É gratificante, pois a planta dá o retorno, você fica cuidando do botão e de repente a planta dá um espetáculo para nós”, conta.

O esposo, Anísio Rodrigues, afirma que começou a mexer com as orquídeas por causa de uma enxaqueca que ele afirma ter sido extirpada pelas flores. Para ele as flores trazem paz, tranquilidade e a beleza é incomparável. “As flores nos ensinam a ter paciência e saber esperar. Tem orquídea que demora seis anos para se ver o resultado, as suas características e sua beleza”, explica. Segundo ele as pessoas precisam de flores, pois o sujeito recebe a beleza, se senti atraído pela flor e isso causa uma felicidade. Além de radiar qualquer ambiente.

O casal só passou a comercializar as orquídeas desde maio último e afirmam que as flores não dão apenas beleza, paz e cura, mas também lucro. O orquidário recebe a visita de aproximadamente cinco pessoas por dia, Oliete afirma que dali, ninguém sai sem um vaso nas mãos. Cada um custa de R$15 a R$45,00, variando de acordo com a espécie. Além de vender eles também locam, fazendo a troca semanal das plantas no estabelecimento contratante.

Os dois “botânicos por acaso” não pensam em parar e não se cansam de agradecer às orquídeas, lembrando que a paisagem cinza da cidade pode sim ficar um pouco mais colorida com dedicação, paciência e cuidado. E que, para aumentar a renda, criatividade é mister.
Afinal, as flores, embora tenham nascido de um passa-tempo na vida de Anísio e Oliete, não são brincadeira e exigem, sobretudo, amor.

Fonte: Jornal Umuarama Ilustrado