Hortas geram mais de mil empregos em Ribeirão Preto

Mas atividade está ameaçada com a falta de sucessores e devido à pressão imobiliária

Por Dulcelene Jatobá

Foto: F.L.Piton / A CidadeAs cerca de 100 hortas em atividades em Ribeirão Preto fornecem também para o mercado local
As cerca de 100 hortas em atividades em Ribeirão Preto fornecem também para o mercado local

Enzo Távio Mário Pavoni é um dos cerca de 100 produtores de hortaliças de Ribeirão Preto. Na sua área de plantação de oito mil metros quadrados, na avenida Bandeirantes, ele cultiva 14 tipos de hortaliças, entre alface, cebolinha e muitas outras.

Pavoni tem 54 anos e conhece a arte de plantar desde quando ainda era garoto. A tradição do cultivo de hortaliças está há 50 anos na família e ainda passa de pai para filho. E gera empregos.

No caso da plantação de Pavoni, além dos familiares a folha de pagamento inclui seis funcionários.

De acordo com a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) de Ribeirão Preto, estima-se que cada propriedade empregue em média de 5 a 10 funcionários diretamente. O número de pessoas empregadas no cultivo de hortaliças em Ribeirão Preto pode passar de mil.

Em comparação aos setores de Serviços e Comércio, que empregam a maior parte da população da cidade, a quantidade pode parecer pequena, mas é extremamente essencial na economia ribeirão-pretana.

O número de empregos pode diminuir, junto com o desaparecimento de muitas propriedades que cultivam as hortaliças. Entre os principais motivos para a diminuição da produção de verduras na cidade está a perca da tradição e a expansão imobiliária.

Pavoni ainda é um dos poucos produtores que possui o apoio dos filhos, já que as famílias que cultivam hortaliças há anos têm visto a tradição se perder ao longo do tempo. “Os filhos hoje dificilmente seguem os passos dos pais, acabam indo para outras áreas e se formam em medicina ou direito”, afirma o engenheiro agrônomo Luís Fernando Zorzenon, da CATI.

A expansão imobiliária é outro fator que contribui para o desaparecimento das hortas na cidade. “Na zona Sul, por exemplo, tínhamos um grande polo de produção, mas devido ao grande assédio aquelas áreas acabaram sendo vendidas”, diz Zorzenon.

Fonte: Jornal A Cidade / EPTV.com