Horticultura: Preços sobem e qualidade cai

21/03/11 – 11:32 
Já é tradição muitas pessoas em Cuiabá irem à feira do Porto no período da manhã para comprar verduras e legumes frescos, o que está sendo prejudicado pela excesso de chuvas este ano. De acordo com os feirantes e consumidores, além de estar com os preços praticamente iguais aos grandes supermercados da Capital, produtos como alface, rúcula, cebolinha e tomate, também perderam a qualidade. Quem faz a distribuição de hortaliças, legumes e algumas espécies de frutas para os feirantes da Capital são as famílias de pequenos produtores da Baixada Cuiabana e também assentados da região de Campo Verde (139 km ao sul de Cuiabá), do assentamento Santo Antônio da Fartura, local considerado Cinturão Verde da Região Sul do Estado, juntamente com os produtores da Serra de São Vicente. De lá saem em média de 15 caminhões por dia de verduras e legumes para abastecer os municípios como Rondonópolis, Campo Verde, Jaciara e Cuiabá.

A comerciante Maria Lúcia de Queiroz, que trabalha no local há mais de sete anos, diz que atualmente não está compensando vender alguns produtos, como alface americana e tomate. Além de terem encarecido bastante, também perderam consideravelmente a qualidade. Segundo ela, antes de começar este período, dava gosto comprar e vender produtos para seus clientes, que são fiéis e estão no local praticamente todos os dias. “As pessoas que frequentam a feira são exigentes e não querem saber se o período chuvoso deixou os produtos piores. Os clientes prezam pela qualidade e vão onde há preços e produtos melhores”.

A feirante Jéssica Patrícia de Moraes é outra a dizer que nesta época do ano sempre é complicado a comercialização de alguns produtos. “Este ano, como a chuva se estendeu mais ainda, há alguns que inclusive estão desaparecendo. Nossos distribuidores não estão trazendo rúcula, e quando aparece alguém com uma caixa não dá para comprar pois o preço está muito alto e não há como repassar para nossos clientes”.

De acordo com a aposentada Fany Figueiredo, que frequenta a feira do Porto há muitos anos, a alta dos preços tem dificultado a compra, por exemplo, do tomate, que praticamente teve o valor dobrado. Segundo ela, como não dá para ficar sem alguns produtos, acaba comprando mesmo sabendo que a qualidade é inferior. “Nesta época do ano a gente vem a feira, mas acaba tendo que ficar um tempo a mais do que o de costume, pois temos que ficar escolhendo quais bancas têm os melhores preços e ainda vendo as verduras que estão em boas condições”.