Por Alexandre Melo
Os consumidores assíduos de frutas, legumes e hortaliças devem ter notado que alguns produtos pararam a escalada nos preços vista nos meses anteriores. Como no inverno a maioria das pessoas consome menos esses itens, a tendência é que o quilo ou unidade desses alimentos fique em baixa até novembro, se não ocorrer geada.
Esse fator praticamente histórico colabora para queda na inflação. As duas exceções são o mamão papaya e a cebola, que ainda pressionam o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), divulgado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) ontem. A fruta passou de alta de 10,75% para 8,74%, enquanto o legume foi de 13,34% para 12,08%.
Para o economista da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo) Flávio Godas, “o mamão não deve subir mais, mas também não deve cair pelo menos por este mês, permanecendo em patamar elevado”.
Já o cenário para a cebola vinda do Sul do País e da Argentina aponta para regularização nos preços, pois os atacadistas estão comprando de Minas Gerais, Pernambuco e interior de São Paulo.
Segundo o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André) Fábio Vezzá De Benedetto, o clima frio favorece o cultivo de verduras e legumes. Na cesta básica de consumo, cujos preços são verificados semanalmente na região, entram ovos brancos, batata, cebola, tomate, alface, laranja e banana.
Na semana passada, o valor do quilo do tomate caiu 10,27%, assim como da alface (-3,05%) e do ovo (-1,31%). A laranja foi o alimento que apresentou maior alta, de 6%, seguido da batata, com 4%.
Benedetto afirma que a safra de mexerica ponkan deverá trazer para baixo o preço das frutas, inclusive as cítricas. “A partir de julho a banana também ficará mais barata, pois será época de férias escolares, quando os distribuidores vendem menos para as escolas, acirrando a competição no varejo.”
Fonte: Diário do Grande ABC