Foto: Leandro Lobo
Ela faz sempre sucesso nas feiras e exposições agropecuárias realizadas no Brasil, mas desde o seu lançamento, às vésperas da Copa do Mundo de 2006, o prestígio é reforçado em épocas das grandes competições de futebol. Foi assim na Copa de 2010 e, no ano passado, com o título brasileiro na Copa das Confederações. No caso do Mundial de 2014, evento esportivo que recebeu o nome de “a Copa das Copas”, por ser sediada no Brasil, cresceu o espaço que essa variedade vem ocupando nos veículos da mídia no País. Não por acaso, a fama da abóbora Brasileirinha vem de suas cores: metade verde, metade amarela, tons que predominam na bandeira nacional e na camisa da seleção brasileira.
O jeito brasileiro de ser da abóbora é explicada pelo pesquisador Leonardo Boiteux, coordenador dos trabalhos de pesquisa da Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) que resultaram no fruto bicolor. Segundo ele, no início da década de 90, próximo ao Distrito Federal, em uma plantação de abóboras verdes, pesquisadores se depararam com uma planta que exibia frutos de duas cores. Foram coletadas sementes e com a continuidade dos trabalhos chegou-se à conclusão que se tratava de uma mutação genética, isto é, naquela planta a própria natureza havia interferido nas cores dos frutos.
“Naquela ocasião, pensamos em desenvolver uma abóbora ornamental, com as cores que representam o Brasil e, com essa perspectiva, iniciamos o cruzamento das plantas para desenvolver materiais com os tons de verde e amarelo mais vivos, melhorar o formato e a resistência a doenças”, lembra o pesquisador. Os resultados superaram as expectativas, pois além do figurino desejado, a abóbora mostrou outras qualidades: a Brasileirinha é mais crocante e rica em nutrientes, como a luteína e o beta-caroteno, pigmentos com reconhecida ação nutracêutica e que atuam na prevenção de problemas cardiovasculares, catarata e degeneração macular.
Características
A abóbora bicolor também mostra versatilidade em seu uso, podendo ser colhida para consumo como abobrinha verde, ou para fins ornamentais e também para conservas. A hortaliça é recomendada para cultivo em campo aberto em todas as tradicionais regiões produtoras do Brasil e, nesse sentido, a recomendação é se evitar épocas e/ou locais com ocorrência de geadas.
O tempo de plantio vai um pouco mais além do tempo de outras abóboras, que levam de 80 a 90 dias, enquanto a Brasileirinha leva de 95 a 100 dias. E com relação a problemas com doenças que afetam cucurbitáceas, a cultivar apresenta grande resistência ao oídio, um tipo de fungo que ataca as plantações.
Fonte: Embrapa Hortaliças