Por Augusto Freitas
A produção de melão no Sertão do São Francisco vai receber um importante incremento nos próximos meses, que promete fortalecer a competitividade no mercado brasileiro e iniciar a exportação em grande escala. A Prefeitura Municipal de Floresta, maior produtor da fruta em Pernambuco, anunciou a construção da primeira casa de embalagem (packing house) pública do estado. O setor de irrigação também deve passar por alterações, do modelo tradicional (de infiltração através de sucos) para o de gotejamento, com melhor aproveitamento do solo. Juntas, as duas iniciativas devem fazer dobrar a produção, que atualmente é de 10 mil toneladas anuais.
O investimento na casa de embalagem é de R$ 900 mil, com recursos da prefeitura, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper). A packing house terá dois galpões em 860 metros quadrados de área construída, onde funcionava um centro de abastecimento do município que dispõe de uma infraestrutura específica para atender o projeto. A previsão é que o empreendimento sejá concluído até o mês de agosto. As exportações devem ser iniciadas na safra de 2011.
No local, haverá equipamentos para seleção, armazenamento e padronização do melão para venda in natura. Câmaras frias para conservação do produto, darão suporte à produção. Os pequenos agricultores contarão ainda com um caminhão exclusivo para o transporte das safras da zona rural até a packing house. O projeto colocará Floresta dentro das condições de qualidade exigidas pelo mercado permitirá o escoamento da produção para centros distantes, além de diminuir as perdas durante as colheitas.
A área de produção do município tem entre 400 hectares e 500 hectares. Com a packing house, o objetivo é dobrar essa área. Segundo o secretário de produção rural de Floresta, Murilo Alexandre, o anúncio da obra chega em bom momento para os cerca de 200 pequenos produtores. “A packing house vai possibilitar a negociação direta entre os produtores e fornecedores, além de atrair investimentos em setores outros econômicos, como indústrias de equipamentos, produção de caixas e maquinário”, afirmou.
Gotejamento – Amanhã, autoridades discutem no município a proposta para aumentar o uso do sistema de irrigação por gotejamento, já que 70% da produção de melão são alimentadas pelo modelo tradicional. A meta é promover até 2012 a migração do sistema em até 50%. Entre os benefícios, estão a diminuição de custos, melhor aproveitamento da água e do solo, aumento da produtividade e da qualidade do produto. O encontro também discute capacitações, reciclagens e questões sobre o manejo fitotécnico, fitossanitário e de pós-colheita, com destaque na produção integrada, viabilidade técnica, econômica e ambiental do projeto.
Boa parte dos agricultores que utilizam o sistema de gotejamento teve a produção elevada de 25 toneladas por hectare para 40 toneladas por hectare. De acordo com o engenheiro agronômo do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Orlando Antônio, a área plantada terá um incremento a curto prazo. “Com o novo sistema, a boa qualidade do solo e a disponibilidade hídrica existente, Floresta vai alcançar uma área plantada de 800 hectares”, completou.
Fonte: Diário de Pernambuco