Olericultura: tecnologia a favor da qualidade

Apresentar informações sobre o cultivo de diversas culturas em ambiente protegido. Comercialização, agregação de valor e indicação de mercados consumidores. Esses foram os temas do II Encontro de Produtores de Hortaliças, realizado no dia 3 de maio, no Sítio Santana em Piracicaba (SP).

O evento, promovido pela IBS Mudas com o apoio da CATI, da Casa do Produtor Rural (ESALQ/USP) e da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, reuniu cerca de 140 pessoas, entre produtores rurais, estudantes e profissionais da área.

“O objetivo do encontro foi apresentar aos produtores de hortaliças as tecnologias voltadas para esse setor. Com o uso dos adequados equipamentos o produtor pode reduzir os custos e aumentar os lucros”, explica Marcos Bicudo Sampaio, diretor da empresa IBS, que conta hoje com 7 mil metros quadrados de estufas padronizadas, produção de 1 milhão de mudas ao mês e cerca de 200 clientes de Piracicaba e região. De acordo com Isaltino Bicudo Sampaio, proprietário da empresa, a sanidade e a qualidade das mudas produzidas são fundamentais para o sucesso da colheita, fatores que otimizam o trabalho do agricultor. “O ciclo normal da alface no campo, por exemplo, é de 90 a 110 dias. O produtor que já trabalha com uma muda produzida com tecnologia leva cerca de 30 dias para colher e comercializar”.

Para Edeval Rodrigues, produtor de Macatuba (SP), os conhecimentos adquiridos em encontros como o de Piracicaba fizeram com que sua produção aumentasse em cerca de 70%. “O aproveitamento das mudas era minha grande dificuldade, principalmente no momento de transplantá-las para o solo. Após adquirir mudas de qualidade e utilizar técnicas adequadas de manejo, pude perceber o rendimento da colheita”, conta Edeval. Do mesmo otimismo compartilha o produtor de Piracicaba, Luís Milner, que afirma que sua produção está cada vez mais uniforme. “A padronização das mudas disponíveis atualmente no mercado possibilitou até a redução de doenças e pragas, uma de nossas grandes preocupações”, avalia.

Na oportunidade, o engenheiro agrônomo Henrique Bellinasso, da CATI Regional Piracicaba, ministrou uma palestra sobre crédito rural e as linhas de crédito voltadas à agricultura familiar e à produção de hortaliças. Segundo o engenheiro, os benefícios oferecidos pelo Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (FEAP) e pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) são utilizados, em sua maioria, para investimento na infraestrutura das propriedades como a construção de estufas e viveiros e a aquisição de equipamentos.

No evento, além das palestras, os participantes puderam conferir o funcionamento de uma máquina para semear. Com tecnologia italiana, a máquina faz o ciclo completo: desde encher as bandejas até o empilhamento. Por hora, consegue produzir 600 bandejas, com 288 mudas cada. “Essa automação nos possibilita mais padronização e agilidade na entregas de mudas aos produtores”, explica Marcos Bicudo.

De acordo com o engenheiro agrônomo Gerson Groppo, também da Regional, o desafio para o produtor do município de Piracicaba, que trabalha, em sua maioria, com folhosas, é passar a produzir outras culturas que exigem mais técnica como o tomate, o pimentão e a berinjela.

Outro assunto abordado no encontro foi o cultivo protegido de hortaliças, que propicia produtos de alta qualidade mesmo na entressafra. Para a Prof.ª Dra.ª Simone da Costa Mello, do Departamento de Produção Vegetal da ESALQ/USP, as maiores dificuldades encontradas pelos produtores são as doenças na produção e a mão de obra qualificada. “A tendência é que os produtores reduzam cada vez mais a mão de obra e tecnifiquem a produção”. A professora também afirma que a produção de hortaliças no Brasil gira em torno de 19 milhões de toneladas e que há mais de 100 espécies sendo cultivadas no país. “O consumo de hortaliças deve aumentar no Brasil e, para assegurar sua participação no mercado, os produtores além de ser técnicos devem ser bons administradores”, sugere.

Segundo os organizadores, a CATI tem papel fundamental na difusão de técnicas e conhecimento. “A parceria com a CATI nos permite ampliar a divulgação para os produtores sobre o que há de mais novo no segmento da olericultura e isso representa também um investimento nos agricultores de toda a região”, avalia Marcos Bicudo.

Confira a reportagem sobre o assunto, acessando o link: http://www.cati.sp.gov.br/Cati/_principal/SaibaMais.php?codSaibaMais=342

Videorreportagem: Roberta Lage e Rodrigo Di Carlo
Texto: Roberta Lage

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