Lá pela hora do almoço para alguns, ou quase para outros, quando o sol começa a entrar a pino, a Portulaca atinge seu florescimento máximo do dia. Por isso, a flor, da família das Portulacaceae, a mesma da pata-de-elefante e da beldroega-graúda, tem como nome popular onze-horas. Fácil de plantar e pouco exigente em cuidados durante o desenvolvimento, a onze-horas possui pétalas delicadas em várias cores vibrantes, tornando-se uma bela flor para ornamentação. Planta herbácea e com folhas suculentas, ela é adequada para cultivo em pequenos espaços, vasos, jardineiras e canteiros. A onze-horas gosta muito do sol e tem florescimento o ano inteiro – diminuindo no inverno. Embora o clima quente seja seu preferido, a planta tem boa tolerância a geadas, podendo ser cultivada em todo o país. Por aqui, podem ser encontradas duas espécies de onze-horas do gênero Portulaca que são produzidas comercialmente como plantas ornamentais. Nativa da América do Sul, inclusive do Brasil, há a Portulaca grandiflora Hook na variedade comum, com flores brancas ou rosas ou ainda mesclada com as duas cores e na variedade dobrada – quando as pétalas são formadas em séries -, nos tons rosa, amarelo, vermelho e branco. Apesar de já existir na Europa por volta de 1750, não se sabe ao certo a origem da Portulaca oleracea L. Também chamada beldroega, ela apresenta as mesmas cores da variedade dobrada da Portulaca grandiflora. Ambas são plantas anuais e de crescimento rápido, atingindo 20 centímetros de altura. É importante distinguir a espécie silvestre da beldroega, pois trata-se de uma planta daninha que pode dominar a área de plantio. Espécies da família das Aizoaceaes, a Aptenia cordifolia (L.f.) Schwantes, conhecida como rosinha-de-sol, e a Lampranthus productus, a cacto-margarida, também podem ser confundidas com as variedades da onze-horas. No mercado, existem materiais genéticos melhorados e selecionados da Portulaca, desenvolvidos por institutos de pesquisa, floricultores particulares e empresas. Porém, o comércio ainda é tímido, oferecendo espaço em potencial para ser explorado. RAIO-X | >>> SOLO: fértil e permeável >>> CLIMA: quente, mas tolera geadas >>> ÁREA MÍNIMA: vasos, canteiros e jardineiras >>> CUSTO: caixa com 15 mudas custa cerca de R$ 7; o preço do envelope com 800 a mil sementes é a partir de R$ 1 | MÃOS À OBRA | | A onze-horas precisa de pelo menos quatro horas de sol por dia |
>>> INÍCIO A onze-horas pode ser propagada por sementes ou por estaquia – a opção mais comum. A dobrada, no entanto, é comercializada somente por sementes. Mudas e sementes podem ser compradas em lojas de flores, centrais de abastecimento (Ceasa), viveiristas e até pela internet. >>> PLANTIO Deve ser feito durante o verão, em solos férteis, permeáveis e irrigados, apesar de a onze–horas suportar terrenos levemente secos. O ideal é misturar uma parte de terra comum a uma parte de terra vegetal e duas partes de areia. A planta apresenta floração em abundância quando fertilizada. >>> AMBIENTE Como tolera geadas, a onze-horas pode ser cultivada em todas as regiões do país. Porém, ela precisa receber, pelo menos, quatro horas de sol por dia. O mais indicado é que o plantio da flor seja realizado em áreas abertas, com iluminação direta. >>> ESPAÇAMENTO Calcule uma densidade de 25 a 45 mudas de onze-horas por metro quadrado. A adubação recomendada é a básica, com o uso de calcário, fórmula N, P, K 10-10-10 e matéria orgânica. >>> IRRIGAÇÃO Durante o verão, as irrigações devem ser mais frequentes, pelo menos uma vez por dia. No inverno, podem ser mais espaçadas, a cada dois ou três dias. Evite molhar as flores abertas. >>> FLORESCIMENTO A floração da onze-horas ocorre principalmente na primavera e no verão, durante os meses mais quentes do ano. As flores abrem e fecham diariamente, mantendo o ambiente colorido durante o período de luminosidade mais intensa. As sementes começam a germinar por volta de dez a 15 dias do plantio e florescem com cerca de um mês do início do desenvolvimento das plantas. Em geral, as mudas vendidas já apresentam botões e flores, tornando praticamente imediato o florescimento no jardim. |
*Luís Carlos Bernacci é pesquisador do IAC (Instituto Agronômico de Campinas), Centro de Horticultura/Floricultura, Av. Barão de Itapura, 1481, Campinas, SP, tel. (19) 3236-9119; e Sérgio Funke é engenheiro agrônomo da Flora Avancine, Atibaia, SP, (11) 4412-3334, (11) 9826-3445, sergio@avancine.com.br, Ceasa SP, box 453/454, coluna 43, Ceasa Campinas, box 0-20 e 0-21, e Ceasa São José dos Campos, box 29 Onde comprar: mercado de flores de Ceasas, lojas de jardinagem, viveiros comerciais e floriculturas Mais informações: acesse a página www.avancine.com.br; Lorenzi, H. & Souza, H. M. 2008, Plantas ornamentais no Brasil, 4a edição, Instituto Plantarum, Nova Odessa |
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