“A muda possui um papel fundamental na obtenção de uma planta bem formada e sadia”, afirmou Evelyn Koch, engenheira agrônoma e mestre em Fitopatologia, na palestra que proferiu sobre “Sanidade de Viveiros”. Segundo ela, a sanidade das mudas deve ser assegurada durante todo o processo, pois, caso contrário, pode levar à morte precoce de plantas; à introdução de patógenos em áreas isentas; à antecipação de epidemias; ao aumento de custo no manejo de doenças; à diminuição no estande, produção e rendimento da muda; e à inutilização temporária de áreas para o cultivo de determinadas cultivares.
Os patógenos possuem diversas origens, entre as quais: sementes (em especial as F2); mudas; substratos; água (da chuva e irrigação); ar (os fungos, sobretudo); ferramentas (falta de higienização); plantas daninhas (reservatórios de patógenos); solo (por meio de calçados e recipientes); mãos (falta de assepsia) e insetos vetores. “Medidas de prevenção para a obtenção de mudas sadias são um dos mecanismos de controle mais eficientes, pois uma vez instalada a doença é difícil seu controle no campo e também no próprio viveiro”, alerta Evelyn.
As doenças em mudas podem ser bióticas (infecciosas) causadas por bactérias, fungos, nematoides e vírus; ou abióticas, causadas por fatores relacionados ao ambiente, como estresse, umidade, temperatura, etc. Evelyn salienta que “muitas vezes os sintomas são parecidos e se não há um controle destes fatores adequados do ambiente não se consegue diagnosticar facilmente a origem do problema”. Por isso, “é fundamental ter conhecimento dos patógenos-alvos; dos métodos de detecção e tratamento, além de estabelecer uma política de prevenção”, aconselha a engenheira agrônoma.
Entre os vários itens e procedimentos a serem adotados, visando à sanidade na produção de mudas, estão: utilização de sementes isentas de patógenos; manipulação de substratos em locais limpos; desinfecção de mãos, ferramentas e recipientes; utilização de água de irrigação de qualidade; uso de telas nas estufas; eliminação de plantas invasoras; controle de entrada de pessoas nos viveiros; limpeza dos viveiros (utilizar piso concretado, de brita ou de ráfia para facilitar a higienização); local para descarte de mudas, substratos e restos de cultura, (como caixa d’água ou tambores), com incineração semanal; registro e histórico de operações.
Por fim, Evelyn Koch ressalta que, de modo especial, deve-se ter um manejo adequado da irrigação, pois o excesso pode provocar encharcamento e comprometer a respiração e o desenvolvimento das raízes; proporcionar boa circulação de ar e manter uma nutrição equilibrada, pois os nutrientes fazem parte do mecanismo de defesa das plantas, atuando no metabolismo delas como ativadores, reguladores ou inibidores.