Peixes e hortaliças puxam altas nos restaurantes

Por Alexandre Melo

Apesar de não ter notado preço mais alto nos restaurantes que frequenta, a funcionária pública Suzana Lopes, 48, percebeu que a variedade de saladas diminuiu nos estabelecimentos de Mauá. “Alguns tipos de alface não é possível encontrar.”

Suzana, que almoça quase todos os dias fora, gasta entre R$ 8 e R$ 10 por refeição. O proprietário do andreense Restaurante Jardim, Paulo Roberto Gonçalo, que serve refeição por R$ 7,90, relata que até mesmo nos estabelecimentos atacadistas faltam verduras.

“Ontem não encontrei nenhuma hortaliça no Assai de Santo André, às 8h. Todos estão madrugando nos supermercados para encontrar mercadoria”, diz Gonçalo. Na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), a situação é semelhante à encontrada em outros polos como o Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo): faltam diversos produtos, dizem os proprietários de restaurantes ouvidos pelo Diário.

Gonçalo comenta que não repassará os custos extras que tem nas compras, que chega a 30%. Ele crê que em março tudo estará normalizado.

PEIXES – Em São Caetano, o restaurante 7 Mares Peixes & Frutos do Mar, as dificuldade são encontrar atum fresco do Sul do País, salmão importado do Chile e folhas. Segundo o chefe de cozinha, Simon Calcin, estes itens ficaram 15% mais caros.

“Estamos trabalhando com margem menor para não repassar o custo, mas sustentaremos isso até a próxima semana”, afirma. O aumento poderá ser de até 3%, sendo assim, um sashimi que custa R$ 55, passará a R$ 56,65. Ele acrescenta que não pode repassar os 15% integralmente para não assustar o cliente.

Outro restaurante, o Alfarre, em Santo André, diz que frutas como morango, kiwi e pêra aumentaram bastante. As folhas estão até 20% mais caras e o salmão e o cação seguem o mesmo ritmo. A nutricionista Juliana Finatti, afirma que os preços não serão alterados e que tudo deve voltar ao normal após o Carnaval.

Fonte: Diário do Grande ABC