A previsão é de muita chuva para os próximos 3 meses em Mato Grosso, segundo dados do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), e de alta nos preços do mercado de hortifrutigranjeiros também. Em geral, os preços de hortaliças e algumas verduras aumentaram 65% na feira do Porto em Cuiabá no mês de janeiro em relação ao mês de dezembro do ano passado. Em alguns casos, como a rúcula, a alta chegou a 100%. A justificativa, segundo os feirantes, está no céu. As constantes chuvas registradas no Estado desde o final do ano passado diminuem a produção e a qualidade, o que provoca a alta generalizada no preço dos produtos.
O feirante Cícero Manoel Silva não é meteorologista, mas já prevê que essa situação deve permanecer até março. Com a experiência de quem viu o mercado do Porto nascer, ele afirma que está acostumado com a queda nas vendas no início do ano. “Mas este ano parece que está mais difícil. A chuva não para e está estragando tudo. O pé de alface que chega ou está menor ou está cheio de folha podre”. Até o início de janeiro, ele costumava pagar R$ 15 na dúzia de alface americana ou R$ 20 na caixa com cerca de 30 unidades. Hoje, ele só encontra o produto por R$ 18 (dúzia) ou R$ 25 (caixa).
“Já encontrei até de R$ 30”. A conseqüência disso é que a alface, em sua banca, passou de R$ 1,50 para R$ 2. Os clientes de Evanira Santos Aragão já não encontram mais verduras como couve-flor e brócolis. “Essa é a principal reclamação que ouço, mas, desde dezembro, com o período de chuva, não chega mais pra gente”. A mercadoria oriunda da Serra de São Vicente teve que ser substituída por uma de São Paulo, o único que consegue fornecer as verduras que a clientela de Evanira exige. “O problema é que agora tenho que vender a R$ 3,50 o pé”. No fim do ano passado, o mesmo produto era encontrado por R$ 2,50.
Para o feirante José Francisco de Queiroz, um problema leva a outro. “Como as folhas estão pequenas e já chegam quase estragando para nós, o cliente não compra. A gente não pode abaixar o preço, senão fica no prejuízo”. Em menos dois meses, o movimento já é 70% menor.
Mas há quem saiba lidar com essa situação. Para o mecânico Juarez de Souza, que consome bastante salada, quando os feirantes anunciam oferta de poucos centavos de desconto, é porque o produto está perto de estragar. “Daí, se você for consumir no dia, vale a pena levar um pouco. Caso contrário, para quem não pode vir todos os dias aqui, tem que pagar o preço mais caro mesmo”.
Mais chuva – Dados do Sipam prevêem que nos próximos 3 meses as precipitações nas regiões Sul e Oeste do Estado estarão acima da média. A alta umidade é normal para o período e só deve diminuir em abril, quando começa a transição para a seca. Até lá, muitas nuvens deixam a temperatura estável.
Fonte: A Gazeta / Agronotícias