Por Leandro Czerniaski
(Crédito: Jornal Aqui Sudoeste)
O frio já chegou, porém, não com a intensidade tradicionalmente esperada. Em outros anos, nesta época já teríamos as primeiras geadas e consequentemente isso acarretaria aumento no preço de hortaliças. Mas como o tempo tem colaborado, o valor não tem sido representativamente alto.
No Supermercado Franzoni, em Francisco Beltrão, a alface, que há poucas semanas custava R$1,49, hoje custa R$1,59 o pé. O valor não está tão alto se comparado ao praticado há pouco tempo, mas é decorrente de suscetíveis altas, estas, por sua vez, ocasionadas logo da chegada do frio e da chuva, segundo justifica o gerente da loja. “Nós, de supermercados, compramos de diversos produtores e logo que começa a esfriar muitos param de fornecer, então isso acarreta em uma falta de produto e consequente alta nos preços”, afirma José Marcos. “Essa alta já vem desde a enchente, onde alguns produtores tiveram prejuízo e então preço começou a subir e agora com o frio fica ainda mais cara”, completa ele.
No verão, quando a produção de hortaliças é grande, o valor da alface, por exemplo, chega a custar R$0,99. Mas tão logo o tempo começa a esfriar que as plantas começam a sofrer e a terem qualidade menor. O aumento dos preços obedece a uma lógica de mercado, onde quando se produz pouco, o preço tende a aumentar.
De acordo com José Marcos, a demanda por saladas tende a diminuir nesta época mais fria do ano, porém, não é menor que a oferta. “Mesmo produzindo menos, não chega a faltar verdura no mercado”, diz ele, que completa: “tudo volta ao normal aí por setembro, quando o clima novamente esquenta, os clientes compram mais e os preços voltam ao que eram”, completa o gerente do Franzoni.
NA FEIRA, PREÇO SE MANTÉM
Em uma conversa informal com alguns feirantes de Francisco Beltrão é possível perceber que pouca coisa muda com o frio. Apesar das baixas temperaturas, a produção é pouco diferente da de outras épocas e os preços também.
O feirante Zanir Giacomoni vende hortaliças e legumes, produtos que ele próprio produz em sua propriedade na Linha Divisor, interior de Beltrão. Sua produção é de 1.500 pés de alface por semana no verão e cerca de 500 no inverno, algo que é feito propositalmente em decorrência da diminuição da procura pela hortaliça. “Chega essa época a gente tem que produzir menos e diversificar, por que hortaliças como alface, rúcula e chicória não vendem mesmo”, diz Zanir.
O produtor justifica a manutenção dos preços das hortaliças da feira. “O sobe e desce dos preços é mais nos mercados, mas a gente aqui da feira procura manter um meio termo, permanecendo praticamente o ano todo sem alterar o valor”, afirma Giacomoni, que completa dizendo que a época está boa para a produção, sem frio intenso e pouca chuva.
Fonte: Jornal Aqui Sudoeste