Parte dos cebolicultores de Rio Grande já começaram a colheita da cebola precoce e sentem no bolso os impactos da estiagem provocada pelo fenômeno La Niña. Alguns mercados estão adquirindo o produto, mas o preço está sendo considerado baixo, em torno de R$ 0,30 o quilo. No ano passado, no início da comercialização, o valor era de R$ 1,00 por quilo. Conforme Victor da Silva, técnico do escritório da Emater no município, a cotação é reflexo da falta de chuva. A situação impacta na qualidade e no tamanho da cebola, que está sendo colhida pequena.
O técnico destaca que parte dos produtores adiantaram a colheita porque estavam com receio de uma perda maior, uma vez que a previsão é de mais seca. “Os que irrigam provavelmente terão um produto de mais qualidade, pois podem deixar o bulbo no solo por mais tempo”, observa. O secretário municipal da Agricultura, Joel de Ávila, destaca que há poucos compradores e que o valor pago, além de ser muito menor que o registrado no ano passado, não cobre o custo de produção. Além disso, os produtores não podem esperar melhor momento para a venda da colheita, pois não têm local adequado para armazenamento.
Outro fator que está influenciando o baixo preço é a maior oferta do bulbo. Silva diz que em 2009, em Rio Grande, menos produtores investiram na cultura da cebola. Em decorrência disso, a oferta era pouca e o preço maior. Animados com a boa comercialização ocorrida na safra anterior, este ano, mais produtores plantaram o bulbo. A oferta aumentou, mesmo neste início de colheita, o que também contribui para um menor preço. Em Rio Grande a área plantada é de 800 hectares, com produtividade estimada entre 17 e 18 mil quilos por hectare. A cultura da cebola envolve em torno de 700 produtores rio-grandinos.
Fonte: Correio do Povo