Muitos se sentem prejudicados caso tenham que implantar as áreas de preservação permanente e ainda a reserva legal
Produtores de hortaliças do cinturão verde de São Paulo estão ansiosos com o resultado da reforma do Código Florestal. Muitos se sentem prejudicados caso tenham que implantar nas pequenas propriedades as áreas de preservação permanente e ainda a reserva legal.
Em Salesópolis, o produtor de hortaliças Emygdio dos Santos tem três autos de infração para pagar. Ele foi autuado, segundo o documento da Polícia Ambiental, por plantar em área de preservação permanente, a conhecida APP. Cada multa custa mais de R$ 2 mil.
Santos fez um empréstimo no banco para quitar uma das multas. Conta que quase metade da pequena propriedade de seis hectares tem que parar de produzir. Ele chegou a plantar 300 mudas de árvores nativas, mas quando pensou que estava em dia com a lei, outras duas autuações foram aplicadas.
Assim como o seu Emygdio, outros produtores de hortaliças estão tendo mais preocupações nas últimas semanas. A região do Alto Tietê é responsável por boa parte das verduras, principalmente folhosas, que abastecem a cidade de São Paulo.
O produtor de hortalizas Jurandir Donizete Prado enfrenta problemas em suas propriedades. Em uma delas, um córrego passa pela área de sete hectares. Em outra, o agricultor arrenda cerca de 15 hectares para plantar, só que a produção fica na encosta de um morro. A situação está se tornando um problema para o produtor. Ele diz que se cumprir todas as exigências do Código, não vai sobrar área para a horta.
O engenheiro agrônomo Roberto Ohmori, da Coordenadoria de Assistência Integral de Mogi das Cruzes, conta que os produtores da região enfrentam dificuldades com alguns pontos do Código Florestal, como a APP e a Reserva Legal, mas alerta que podem existir alternativas para a lei.
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