Secretário de Desenvolvimento Econômico do estado anunciou medidas durante abertura da 15º Expofruit, em Mossoró (RN)
O setor privado vai investir R$ 80 milhões em uma campanha nacional para incentivar os brasileiros a comerem mais frutas. A estratégia é mudar o perfil do consumidor nacional, responsável por 60 quilos per capita/ano. Essa realidade é bem diferente do povo europeu, com 200 quilos per capita/ano. “Com a campanha, esperamos o crescimento do consumo de frutas em 10%, o que será suficiente para aumentar a demanda interna”, disse o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio Grande do Norte, Francisco Cipriano.
O secretário representou o governador do estado na noite de quinta-feira (10) na solenidade de abertura da 15ª Expofruit, em Mossoró (RN). O secretário também informou que, há 15 dias, foi editado um decreto que elimina em 100% o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do frete de exportação e 40% sobre o frete no mercado interno.
A Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit) é um evento promovido pelo Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) e Sebrae. A Expofruit, que acontece até hoje (11), é uma vitrine para as frutas produzidas no Rio Grande do Norte, com destaque para as regiões de Mossoró/Baraúna e Vale do Açu. O setor de fruticultura do estado representa o segundo mais atuante do Brasil em termos de exportação, com cifras que totalizam US$ 118 milhões em 2009. O melão é o carro-chefe da produção, respondendo por US$ 45,6 milhões.
O diretor-presidente do Coex, o engenheiro agrônomo e fruticultor Wilson Galdino de Andrade, ressaltou que a feira só conseguiu chegar à 15ª edição devido à parceria do governo federal, estadual e municipal, Sebrae e outras instituições. “Este ano, o evento cresceu 15%. Estamos satisfeitos com os produtos de qualidade oferecidos na feira e com os compradores nacionais e internacionais presentes”, afirmou.
Pontos cruciais
Para o diretor superintendente do Sebrae no Rio Grande do Norte, José Ferreira de Melo, a fruticultura precisa se debruçar sobre questões cruciais, decisivas para o crescimento e a sustentabilidade da atividade. “A classe produtora, setor público e entidades envolvidas com a fruticultura potiguar precisam reverter situações adversas e estabelecer patamares mais elevados que podemos e devemos alcançar para a atividade”, disse.
De acordo com ele, é necessário, urgentemente, reverter a estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que registrou redução de 23,8% na área plantada com frutas entre 2004 e 2008, período em que o volume da produção total também sofreu queda de 22,2% no mercado interno e externo. Para isso, citou quatro pontos essenciais a serem trabalhados. O primeiro deles é a tecnologia. “Precisamos encontrar formas de inovar e incorporar tecnologia aos produtos e processos”. O segundo ponto crucial é o mercado. “As estratégias para sua prospecção e conquista devem considerar a minimização de riscos, principalmente em época de crise”, afirmou.
Outro ponto, segundo o superintendente, é a agregação de valor. “É imprenscindível trabalharmos para irmos além da fruta in natura. Novas espécies devem ser constantemente pesquisadas, ampliando o leque de opções”. Por fim, o quarto ponto destacado por José foi a produtividade aliada à competitividade. “A fruticultura deve ser gerida como negócio; há estágios para cumprir e prazos inadiáveis. Precisamos conhecer a fundo a produtividade que a fruticultura potiguar está registrando e os níveis de competitividade alcançados em relação a outros estados e países produtores”, frisou.
Para o superintendente, se o preço do melão exportado aumentou 16,5% entre 2003 e 2009, não há motivo para que a quantidade exportada tenha caído 39% no mesmo período e destacou dois fatores ligados diretamente, embora não exclusivamente, ao setor público. São eles: infraestrutura e incentivos fiscais, fatores que respondem por expressiva parcela de perdas de produtos, de desperdícios que reduzem os resultados de um negócio e chegam a inviabilizá-lo. Eles podem levar produtores a transferirem suas empresas para território fora dos limites do estado.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias