Falta de melhores técnicas de plantio inibe o rendimento agrícola no Estado, mostra estudo
Pesquisa realizada pela Embrapa em Estados prejudicados pelo clima revela que o Rio Grande do Sul é o que apresenta os menores índices de produtividade. O problema, no entanto, não está na seca ou no excesso de chuva. De acordo com o estudo, os produtores gaúchos não adotam as melhores técnicas de plantio e por isso amargam problemas no rendimento.
O trabalho da Embrapa analisou as variações climáticas em cinco Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Enquanto no Centro-Oeste os agricultores conseguem colher até quatro mil quilos de soja por hectare, o Estado chega apenas à metade. Para aumentar os resultados nas lavouras gaúchas, o Ministério da Agricultura quer que os produtores melhorem as técnicas de cultivo. O foco é incentivar a integração lavoura-pecuária, além do chamado plantio direto de qualidade. Nesse tipo de manejo, os produtores não utilizam arado
O ministério ainda recomenda que os agricultores utilizem bastante palha para deixar o solo rico em nutrientes. O estudo da Embrapa também indica a necessidade de investimento em fertilizantes e em sementes adaptadas ao clima.
– Não há evidência científica de que o aquecimento global interfira na produtividade das lavouras no Rio Grande do Sul. Os problemas climáticos não são novos – reforça o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.
O ministro recebeu o estudo nessa quinta, dia 12. O levantamento ainda é preliminar, mas Stephanes determinou à área técnica que elabore políticas direcionadas à situação no Rio Grande do Sul. O Ministério da Agricultura pretende lançar medidas de incentivos aos produtores já no Plano Safra 2010/2011. São ações como a redução do juro para financiamentos voltados a essas tecnologias e a queda no valor do prêmio para incentivar a realização de seguro para essas áreas. O ministro adiantou que as áreas de baixa produtividade no Estado estão em análise.
– Possivelmente, teremos de introduzir políticas mudando algumas culturas em regiões onde, historicamente, a produtividade é baixa e os riscos muito altos – avisa Stephanes
Fonte: Jornal Zero Hora