Ações antipirataria e F2, aliadas ao uso de sementes, principal insumo agrícola, devidamente certificadas e dotadas de tecnologia, fortalecem a cadeia produtiva, agregam maior qualidade à produção e conferem credibilidade aos produtos no mercado
No que se refere às tecnologias aplicadas às sementes, o Brasil avançou muito nos últimos dez anos. Incrementamos a produtividade e a produção, sem aumentar a área de cultivo. Além disso, melhoramos ainda mais a qualidade de nossa produção nacional de hortaliças e frutas. Também houve um grande avanço na profissionalização do setor. Todavia, há sempre novas oportunidades para intensificar esse processo e a parceria com o agricultor é fundamental para que o setor avance ainda mais. A conscientização sobre o uso de tecnologia limpa e legal, bem como a profissionalização do setor produtivo não pode parar nunca. É um processo evolutivo, com novidades todos os anos.
A pirataria de sementes e o uso de sementes “tiradas” na lavoura, também conhecidas como F2, são o verdadeiro “barato que sai caro”. Pois, estas práticas prejudicam o rendimento e comprometem a qualidade da lavoura, já que as sementes não têm procedência conhecida, não contam com um controle de qualidade genético e físico (germinação e pureza) e não são tratadas, podendo ser agentes difusores de doenças no campo de produção. Neste caso, o uso de tecnologia aplicada às sementes garantirá qualidade, uniformidade do fruto e maior produtividade. Assim, as sementes certificadas, com garantia das empresas produtoras e procedência conhecida, podem evitar que o produtor venha a ter sérios prejuízos, tanto com sua produção quanto com sua credibilidade no mercado.
Hoje, muitas empresas profissionais do setor de hortaliças e frutas oferecem sementes híbridas que trazem benefícios ao agricultor e ao consumidor; como o aumento de produtividade, maior resistência a doenças, melhor qualidade de frutos para consumo, maior tempo de pós-colheita, maior teor de vitaminas, entre outros. Isso é pura tecnologia, que está à disposição de todos. O produtor que incentiva a pirataria e comercializa as sementes “tiradas na lavoura” não pode ser considerado um produtor profissional.
Sementes piratas são oriundas de um mercado ilegal e sem ética, gerando impactos e prejuízos para o produtor e para as empresas, que investem em pesquisa e desenvolvimento de híbridos e novas tecnologias, pagam impostos e geram empregos. A pirataria e a comercialização de “sementes tiradas” caracterizam um mercado desleal, esvaziando divisas das empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento, diminuindo empregos e levando malefícios aos agricultores e à agricultura nacional.
Ações e desafios para o setor
Embora seja um assunto cada vez mais discutido pela mídia e alvo de preocupação constante dos órgãos responsáveis pela certificação e fiscalização das sementes, o combate à pirataria de sementes, especialmente em horticultura, ainda demanda mais ações. O setor de hortaliças e frutas ainda é muito carente de fiscalização. É essencial que seja intensificada, mas para isso é necessário incrementar a infraestrutura dos órgãos fiscalizadores. Por outro lado, o setor ainda é pouco conhecido e sempre perde espaço na mídia para outras culturas como soja e algodão.
A Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (Abcsem), como principal organismo representante do setor, vem atuando em três frentes, basicamente. A primeira com o objetivo de ajudar os órgãos fiscalizadores, políticos, a mídia e outras entidades a entender melhor como funciona o setor de hortaliças, flores e ornamentais, ao informar e destacar sua forma de atuação (diferente das grandes culturas) e importância socioeconômica no Brasil. A segunda visa conscientizar os agricultores sobre a importância do uso de tecnologia aplicada às sementes, por meio de palestras e divulgação realizada por seus associados em dias de campo e outras oportunidades. E por fim, a terceira tem como objetivo prestar o serviço de denúncia dos casos ilegais, informados por associados ou não, junto à Ouvidoria e órgãos fiscalizadores do Ministério da Agricultura, cobrando ações investigativas, visando coibir a ilegalidade, quando comprovada.
Nossa principal meta é que essas ações atinjam de forma eficiente o produtor e, para tanto, buscamos sempre o engajamento e apoio das empresas associadas e de seus distribuidores. É preciso lembrar que este é um trabalho minucioso, que não atinge a todos os agricultores de uma única vez, mas conscientiza e ajuda a profissionalizar o setor a cada evento e em cada contato.
Álvaro Peixoto – Diretor Executivo de Sementes da Abcsem
*Artigo publicado na edição de Março/Abril de 2010 da Revista Plasticultura
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