Tomate, o vilão de sempre

No mês de fevereiro, o tomate foi o grande vilão da cesta básica. Segundo pesquisa realizada no Distrito Federal pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), mais uma vez a fruta pesou na balança e no bolso do consumidor, com variação de 31,32%, e elevou o valor dos gastos em R$ 5,13. Houve acréscimo de 1,13% no preço médio dos 13 produtos da cesta de alimentos, cujo custo subiu R$ 2,42 e fechou o mês no valor de R$ 216,89.

Peso que notou a dona de casa e pensionista Celi Gama, de 60 anos. “Lembro que fui ao verdurão e fiz as compras de sempre. Quando cheguei em casa e fui checar o cupom fiscal é que notei que o preço do quilo do tomate que era em torno no R$ 2 a R$ 3, paguei mais de R$ 4”, reclama a consumidora.

Celi conta que, para economizar, sempre dá preferência a verdurões atacadistas e dias de oferta dos supermercados. “Mas, agora, mesmo assim, irei reduzir o tomate e dar preferência às verduras que estão mais em conta”, afirma.

Segundo o diretor técnico operacional do Centro de Abastecimento Alimentar do Distrito Federal (CEA-DF), Antônio Felipe Martoneto, a elevação no valor do tomate se deu em função do excesso de chuvas nas regiões produtoras. “As chuvas impedem o produtor de plantar e de colher. Quando consegue fazer alguma colheita, os produtos não têm muita qualidade.”

Além disso, segundo Felipe, o excesso de água encarece o cultivo, pois o produtor gasta mais com produtos agrícolas e exige mais cuidado no manuseio da produção. “Sem contar que apenas 15% do que é consumido no Distrito Federal é produzido aqui, o restante vem de fora. E o frete onera o produto”, aponta. Ainda de acordo com o diretor do CEA, das 3 milhões de toneladas de tomate consumidas no DF, a maioria vem do Triângulo Mineiro e de Anápolis (GO).

DEMAIS COMPONENTES

Enquanto o preço do tomate sofreu alta, por outro lado, o brasiliense pôde economizar em outros produtos, como a batata, com redução de 13,64%, e a carne, que teve queda de 1,38% no valor. No montante, a economia relativa aos dois alimentos foi de R$ 3. Quanto aos demais produtos da cesta básica, os impactos foram inferiores a R$ 1 no custo total do grupo de alimentos. As altas mais significativas estiveram nos preços da manteiga, com elevação de 4,91%, da farinha de trigo (4,83%), e do arroz (3,70%). Já a banana teve baixa de 3,74%, o óleo esteve 3,52% mais barato e o açúcar, 2,12%.

Em fevereiro, com o aumento nos preços dos alimentos, Brasília passou a ter a 6ª cesta básica mais cara entre as capitais. O custo da cesta básica representou 46,23% do valor líquido do salário-mínimo. No primeiro bimestre o valor da cesta básica caiu 2,40%, principalmente em razão da redução nos preços da batata (11,44%) e da banana (10,89%). Mas, houve aumento expressivo no preço do arroz (5,95%). Os demais produtos tiveram variações positivas e negativas abaixo de 5%.

Fonte: Jornal de Brasilia