A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou ontem novas recomendações para evitar a contaminação de alimentos. Segundo a entidade, o esterco animal não deve ser usado como fertilizante para vegetais vendidos pré-lavados, como as saladas ensacadas, comuns em diversos supermercados.
De acordo com o diretor de segurança alimentar da entidade, Jorgen Schlundt, usar esterco faz sentido em outras lavouras, mas não na produção de saladas frescas.
– Estes alimentos serão processados sem tratamento com calor, e isso é um problema – disse Schlundt.
O diretor associou a utilização desse adubo a surtos de contaminação nos EUA. Em abril, alface romana pré-lavada contaminada com a bactéria E. coli deixou 26 pessoas doentes em cinco estados americanos.
No Brasil, não há uma regra sobre qual fertilizante pode ser usado em plantações de folhas para saladas pré-lavadas, de acordo com o Ministério da Agricultura. O coordenador de fiscalização de fertilizantes e inoculantes do ministério, Hideraldo Coelho, afirma que o esterco passa por um processo de compostagem que elimina os contaminantes pela elevação da temperatura.
O engenheiro agrônomo diz que é raro os agricultores usarem esterco que não passe por esse processo, pois o produto não “curtido’’ pode queimar as folhas. Ele acredita que o problema mais preocupante em relação à contaminação de vegetais é a água.
– As hortaliças são muito cultivadas em cinturões verdes (perto das cidades grandes), e o risco de contaminação da água é muito maior.
A OMS também criou uma regra para evitar a contaminação dos alimentos por uma substância usada em plásticos, a melamina.
Em 2008, leite contaminado com melamina matou seis crianças chinesas e deixou 300 mil doentes. O composto pode aparecer em alimentos pelo contato com máquinas ou embalagens plásticas.
Fonte: Diário Catarinense