Voo regular para a Espanha deve levar flores do CE

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Para a Adece, parceria com a Iberia é bem-vinda. Contudo, o ideal seria uma aeronave tipo cargueiro, com três voos regulares para Europa, exclusiva para flores e frutas
FOTO: MARILIA CAMELO

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Por Ângêla Cavalcante

Conforme Zuza, será um importante passo para facilitar as exportações de flores para os países europeus

O entrave logístico que tem dificultado o crescimento das exportações de flores do Ceará poderá ter solução em breve, a partir da consolidação de parceria, ainda em fase de negociação, envolvendo a companhia aérea espanhola Iberia, a Setur e a Adece. A proposta é estabelecer um voo direto regular partindo semanalmente do Ceará para Espanha, mesclando o transporte de flores e de passageiros.

De acordo com Francisco Zuza, presidente da Adece, embora o ideal fosse ter um avião cargueiro para a Europa, com regularidade de três vezes por semana, exclusivamente para enviar flores e frutas cearenses ao mercado europeu, a parceria é bem-vinda. Segundo ele, a parceria com a Iberia será um importante passo para facilitar as exportações de flores aos países da Europa, a partir da Espanha.

“Estamos tentando encontrar um equilíbrio para firmar esse acordo. Para que seja viável, estamos negociando o custo do frete – que tem de ser bom para a empresa e para o exportador, a regularidade a ser estabelecida para o voo e a logística de redistribuição do produto em caminhões frigoríficos partindo da Espanha para outros países europeus”, explica Zuza, para quem essa é uma equação que está perto de ser resolvida. “Não vamos esmorecer”, garante.

Cargueiro

Conforme o presidente da Adece, se houvesse um avião cargueiro regular entre Ceará e Europa, com três voos semanais, o Estado poderia exportar de 50 a 100 toneladas de mamão formosa por semana para o mercado europeu, além das flores.

“Hoje, nossa demanda só de rosas é de cerca de 8 toneladas por semana. Nossas flores viajam no porão dos voos de passageiros. Dependendo do volume de bagagens, diminui o espaço disponível no avião. Isso gera uma instabilidade grande para os produtores de flores do Estado”, comenta.

Um dos entraves aos cargueiros para o transporte aéreo de flores e frutas do Ceará, conforme Zuza, é a limitação do Aeroporto Pinto Martins. “É preciso mais 600 metros de pista no Pinto Martins para que o avião possa sair lotado de produtos e combustível, evitando parar para abastecer” – o que inviabiliza o custo da exportação por avião cargueiro. “No Quênia, um país africano, saem quatro cargas de rosas por dia”, exemplifica.

Dados do MDIC indicam que entre 2006 e 2009 as exportações de flores do Ceará tem permanecido no mesmo patamar, entre US$ 4 milhões e US$ 5 milhões ao ano. A expectativa para este ano, conforme Euvaldo Bringel Olinda, presidente do Instituto Frutal, é que as vendas de flores ao mercado externo continuem no mesmo patamar de 2009 devido aos problemas logísticos.

Fonte: Diário do Nordeste