Da lavoura ao consumidor

Uma das principais regiões produtoras de hortaliças no Paraná está na mira dos grandes atacadistas. Eles não se contentaram apenas em comprar a produção, mas decidiram investir também no cultivo próprio. Essa mudança está gerando transformações no município de Marilândia do Sul.

Beterraba, cenoura e tomate. A produção de hortaliças responde por 74% da economia de Marilândia do Sul. A transição é visível ao longe e muda o cenário da região. São grandes complexos de estopas. Operários erguem as estruturas para proteger da chuva em excesso e da geada, serviço que atrai até agricultores.

O investimento é alto. Cada nova estufa custa aproximadamente R$ 12 mil, valor compensado pelo aumento na produtividade. Em uma área a previsão é colher quatro mil toneladas de tomate. Serão cem estufas. O empreendimento é de um atacadista gaúcho que comprava dos agricultores de Marilândia do Sul e decidiu assumir também a produção.

“Antigamente, eles precisavam da mercadoria e não tinha ou o preço estava muito caro. Mesmo com preço caro, ele não tinha mercadoria. Hoje, ele começou a produzir 90% do que precisa”, disse Cristiano Vallim, administrador da fazenda.

“É um espaço importante porque esses empresários organizam a produção”, falou Paulo Franzini, chefe do Deral, Departamento de Economia Rural.

Os primeiros reflexos são sentidos na mão de obra, que ficou escassa, como lembrou o agricultor Tiago Pereira da Silva. “Está disputado. Se não melhorar no preço, não tem como nem vir gente trabalhar”, falou.

A mão de obra que falta nas pequenas propriedades se concentra nas grandes estufas. Admilson da Silva deixou o serviço temporário em sítios visinhos e agora tem carteira assinada.

A concorrência ainda não afeta a comercialização dos produtos. O mercado consumidor é grande. Mesmo assim, a Emater alerta pequenos e médios produtores para se adequarem aos novos tempos.

“Você tem de trabalhar para reduzir custo. Há uma infinidade de maneiras de fazer isso. Uma é baixar custo com o manejo integrado de pragas e doenças. Outra é optar pela cultura diferenciada e produzir sem agrotóxico, sem insumos químicos”, falou Romeu Suzuki, agrônomo da Emater.

São lições que vêm sendo seguidas pelo produtor rural Amauri Machado, que cultiva oito hectares de hortaliças. “O caminho é trabalhar em família e tentar sempre ter uma produtividade boa, de qualidade boa para competir no mercado”, falou.

Assista à reportagem completa sobre o assunto acessando o link: http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1266735-7823-PEQUENOS+PRODUTORES+DE+HORTALIAS+MUDAM+PRETICAS+DE+CULTIVO+NO+PARANE+,00.html

Fonte: Globo Rural