Agricultores refazem canteiros de hortaliças perdidos com a chuva

A chuva diminuiu um pouco, nos últimos dias, no cinturão verde da cidade de São Paulo. Em Mogi das Cruzes, os agricultores aproveitam a melhora do tempo para refazer os canteiros de hortaliças, perdidos com o excesso de água.

Canteiros vazios onde deveriam estar plantadas muitas variedades de alface. No sito em Suzano, mais de 60% da área está assim. Todos os dias, o agricultor Milton Isizuka observa os canteiros para ver se a terra já secou. A propriedade foi alagada três vezes de janeiro até agora. Só de pisar no lugar as botas atolam no barro.

“A máquina é praticamente seis vezes mais do que o peso normal de uma pessoa. Se só de andar em cima já está afundando, imagine uma máquina em cima do terreno. Não tem como produzir”, avaliou Isizuka.

Cinqüenta por cento das verduras que estavam em ponto de colheita foram perdidas. A chuva queimou as folhas da alface. O agricultor deveria colher 20 caixas da verdura por dia, mas apenas seis saem da lavoura. Foi preciso dispensar alguns clientes. A situação é pior porque o terreno é baixo e plano. A água demora mais para secar.

No sítio em Mogi das Cruzes, no cinturão verde de São Paulo, a chuva também atrapalhou a produção. Há 36 dias que o produtor tentava, mas não conseguia preparar os canteiros porque o solo estava encharcado. Mas como o terreno é mais alto e a chuva diminuiu, o agricultor começa a trabalhar na terra. Mesmo assim, o trator tem de ser pequeno porque uma máquina maior ainda é muito pesada para fazer o serviço. Em uma das áreas, os pés de alface não têm mais condição de venda.

“Essa alface passou da época. Poderia ter sido colhido, mas o excesso de água tirou o crescimento e deu acidez. O resultado é perda total”, falou o agricultor Josemir de Moraes.

A alternativa para conseguir um retorno rápido é a cebolinha. Mais resistente à água, ela precisa de menos cuidados. A corrida é para tentar plantar antes que a chuva volte.

De acordo com a Cati de Mogi das Cruzes, a chuva provocou uma perda de 30% na produção de hortaliças da região.

Fonte: Globo Rural