Essenciais na produção de mudas de qualidade em olericultura, floricultura, fruticultura e espécies florestais, os viveiros agregam valor à cultura e benefícios ao produtor
Por ser o primeiro ambiente pós-germinação, os viveiros exigem cuidados imprescindíveis a fim de garantir maior produtividade, precocidade e melhores condições fitossanitárias para a cultura. A tecnologia de produção de mudas sob o cultivo protegido, realizada nos viveiros, possibilita alta competitividade no mercado, devido à credibilidade e qualidade da muda da cultura em questão.
ESTRUTURA E MANEJO
Estrutura externa – A estrutura do viveiro deve prever telas anti-afídeo nas laterais para evitar a entrada de insetos, bem como barreiras físicas, como cercas verdes, para proteção contra ventos e derivação de químicos extremamente voláteis, que podem causar prejuízos às plantas. Quanto à seleção dos plásticos na parte superior, devem ser consideradas as condições ambientais do local, o pé direito da estufa e o objetivo a que se propõe: aquecer ou manter temperaturas mais amenas.
Temperatura – O manejo da temperatura ambiente pode ser feito com equipamentos simples como termômetro e higrômetro (instrumento que mede a umidade do ar). Ao usar nebulizadores – pequenos sprays para baixar a temperatura – o tempo de vaporização não deve exceder a 30 segundos, a fim de permitir rápida evaporação.
Bandejas – As bandejas podem ser descartáveis, de plástico e de isopor. As descartáveis são mais adequadas do ponto de vista de se eliminar a necessidade de desinfecção, mas devido a sua espessura, a troca de calor é muito grande, exigindo muita atenção. Bandejas de plástico precisam estar adequadas ao clima – a coloração está diretamente ligada ao tipo de cultivo que se fará: as pretas são indicadas para plantas que precisam de aquecimento maior, enquanto que as brancas e amarelas devem ser usadas para cultivos que não suportam calor excessivo. Já a bandeja de isopor tem a vantagem de ser um isolante térmico, mas sua principal e grande desvantagem advém da porosidade, que pode reter patógenos, podendo propagar doenças, caso não seja bem desinfetada.
Substratos – A escolha de substratos deve ser de acordo com a variedade a ser cultivada, além de serem estabilizados e esterilizados; ter baixo percentual de sólidos, alta capacidade de retenção de água, alta porosidade, baixa condutividade elétrica e serem ecologicamente corretos.
Irrigação – Em relação à irrigação, a tendência atual é a irrigação por barra, que percorre o viveiro e pode ser totalmente automatizada, semi-manual ou manual, dependendo do investimento.
CUIDADOS FITOSSANITÁRIOS
Para evitar contaminações, o acesso ao viveiro deve ser restrito e todos os equipamentos esterilizados. A água deve estar livre de ferro e de excesso de sal. Também devem ser feitas análises periódicas sobre os aspectos físico-químicos e de sanidade da água antes de usá-la. Os agroquímicos, que permitem que a planta chegue ao campo protegida contra fungos, bactérias, insetos sugadores, entre outros, devem ser registrados para a cultura em questão. Também é recomendado associar ao tratamento fitossanitário convencional o uso do controle biológico, por meio dos inimigos e pesticidas naturais (extratos de plantas, trichodermas e outros fungos antagonistas).
No entanto, quando a planta é infectada deve ser removida imediatamente, e, caso necessário, descartar toda a bandeja para evitar a disseminação da doença no lote ou mesmo no viveiro. Já com relação às sementes, principal insumo agrícola, é fundamental verificar as instruções, a data de validade e a inviolabilidade das embalagens, atentando para certificação das mesmas. Por fim, depois de germinada, a muda requer uma nutrição muito específica para não ficar grande demais ou apresentar enraizamento deficiente. A nutrição deve ser adequada a cada variedade, para assegurar homogeneidade. Um ponto importante a ser observado é que as mudas não toleram estresses de temperaturas ou hídrico, portanto muito frio ou calor ou, ainda, excesso ou falta d’água são muito prejudiciais.
CURSO DE GERENCIAMENTO DE VIVEIROS
É fundamental que os viveiristas busquem especialização e atualização constante sobre as novas técnicas e tecnologias disponíveis e vigentes no mercado, buscando, sobretudo, uma estreita parceria com o produtor. Desta forma, a Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (ABCSEM), visando levar informações atualizadas aos participantes bem como agregar conhecimento técnico e de mercado, realizará a 3ª edição do Mini-Curso de Gerenciamento de Viveiros no dia 29 de abril, em Campinas/SP.
O curso é uma oportunidade para capacitação e atualização de informações relacionadas às responsabilidades no gerenciamento dos viveiros e à legalização e regulamentação da produção e comércio de mudas. Já para o segundo semestre, em data a ser confirmada, a ABCSEM realizará um curso de controle de doenças e pragas em cultivo protegido, em parceria com o Instituto Biológico.
Luis Eduardo Rodrigues – presidente da ABCSEM
*Artigo publicado na edição de Abril/Maio de 2010 da Revista Cultivar
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