Adubação verde pode ajudar no seqüestro de carbono, redução do efeito estufa e do desmatamento


“Sequestro de carbono”, emissão reduzida de gases para a atmosfera, contribuição à redução do efeito estufae do desmatamento pelo uso racional de áreas cultivadas, por exemplo, emintegração lavoura pecuária. Essa é uma das principais vantagens que oagricultor pode esperar da adubação verde, segundo boletim técnico lançadorecentemente pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati)em parceria com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta),ambas da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

A publicação “Adubação Verde no Estadode São Paulo” foi proposta pela Comissão Técnica de Agricultura Ecológicada Secretaria e o texto é de autoria dos pesquisadores Elaine Bahia Wutke(Instituto Agronômico – IAC), Paulo Espíndola Trani (IAC) e Edmilson JoséAmbrosano (Pólo Apta Centro Sul) e do engenheiro agrônomo Mário Ivo Drugowich(Divisão de Extensão Rural – Dextru/Cati). Segundo os autores, a adubaçãoverde foi incluída, a partir de 2000, em projetos específicos em microbaciashidrográficas, viabilizados pela Cati com recursos do Banco Mundial (Bird)e do Tesouro do Estado.

A técnica “foi incentivada como estratégiade aumento da cobertura do solo, de controle do escoamento superficial,de proteção ao ambiente e de otimização da produtividade agrícola sustentável.Outra evolução constatada foi a utilização de mistura ou ´coquetel´ degramíneas com leguminosas, objetivando mais durabilidade do material orgânicono solo e liberação dos nutrientes de forma mais sincronizada para as plantasem sucessão.”

Em 2005/2006, foi iniciado em São Paulo oconvênio entre o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),IAC e a Fundação de Apoio à Pesquisa Agrícola (Fundag). O trabalho é executadoem pólos regionais para a produção orgânica de sementes de crotalária júncea(Crotalaria juncea L.), cv IAC-1, guandu [Cajanus cajan (L.)Millsp.] cv IAC-Fava Larga e mucuna-preta (Mucuna aterrima) cv Comum,que seriam distribuídas aos agricultores em todo o País.

Os técnicos da Apta e da Cati esperam quea utilização constante da adubação pelo menos mantenha “elevada produtividadepor unidade de área, com conseqüentes melhorias no ambiente e na qualidadede vida, com manutenção e valorização dos empregos no meio rural, com contribuiçãoefetiva na otimização do retorno econômico ao agricultor e com garantiada sustentabilidade e da biodiversidade na propriedade agrícola.”

Também prevêem “utilização adequadados adubos verdes em aspectos de biorremediação dos solos cultivados, decaracterização e avaliação de qualidades tecnológicas e nutricionais utilizáveisna medicina, fitoterapia, fabricação de cosméticos e até como possíveisfontes energéticas renováveis.”

Outras vantagens gerais da adubação verdepara o agricultor são a otimização da produtividade e do lucro na propriedade;preservação e conservação dos recursos naturais e da biodiversidade; proteção,recuperação e manutenção dos solos cultivados; ciclagem dos nutrientes,adição de nitrogênio pelas leguminosas e manutenção da matéria orgânicado solo; aproveitamento mais adequado e racional dos insumos; utilizaçãode algumas espécies na alimentação humana e animal; efeitos de quebra-ventosou de arborização em culturas perenes em formação; utilização como possíveisfontes energéticas renováveis, como de biodiesel, possibilitando a reduçãode pressão por novas áreas de produção; e utilização no controle de nematóidesdo solo e de plantas daninhas.

O boletim técnico foi editado pelo Centrode Comunicação Rural da Cati (Cecor). Outras informações podem ser obtidaspelo telefone  (19) 3743-3858  (19) 3743-3858 .

Fonte: Assessoria de Comunicação da Apta


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José Venâncio de Resende