Agricultor introduz plástico na lavoura e aumenta a produção

Produto é utilizado para proteger ambientes de culturas, garantindo rendimento

Da semeadura ao consumo final, o plástico está presente em toda a cadeia produtiva da agricultura. Desde tubos e mangueiras de irrigação, sombrites para proteger as folhas, caixas de entrega até embalagens, o plástico acompanha o produtor rural da semente ao fruto.

Conhecido como plasticultura, o cultivo em ambiente protegido é indicado para culturas que necessitam de condições especiais, como o controle da temperatura, a produção fora de época e o isolamento de pragas, com a vantagem de garantir a qualidade estética do produto.

Sem o contato com agentes externos, frutos e folhagens ficam seguros da chuva, do sol, de predadores e conseguem uma situação próxima da ideal para o desenvolvimento da planta, com a vantagem de ter um maior aproveitamento da produção e garantir os melhores preços no mercado.

Geralmente, são culturas fora de época que se mostram apetitosas nas prateleiras e, com a diminuição natural da concorrência, de quem trabalha a campo aberto, somado à qualidade do produto, o agricultor encontra compradores dispostos a pagar um valor mais elevado. “Conseguimos vender 100% da nossa produção o ano todo, por causa das medidas que adotamos, não é só a qualidade do produto, é a aparência dele na prateleira que também conta para o consumidor”, observa o produtor rural Sérgio Chiquito.

A família Chiquito utiliza a plasticultura há 16 anos, quando se mudou do interior de São Paulo para o Mato Grosso do Sul. Com a característica de ser um Estado com forte apelo para a pecuária de corte, a família encontrou na agricultura um mercado consumidor.

“Quando começamos só tinha a gente usando estufa aqui”, recorda Sérgio. Foi aí que buscaram alternativas para fidelizar ainda mais o seu consumidor. Começaram com estufas de vegetais e, apesar do alto investimento inicial, perceberam que o retorno financeiro era rápido e garantido. Em um ano tinham o investimento inicial de volta.

A seis quilômetros de Campo Grande, a propriedade, de 23 hectares, do pai e três filhos, tem uma produção que chega a ser três vezes maior que o cultivo a campo. “Para a olericultura, que é o caso de Chiquito, as estufas permitem a colheita em épocas com melhor preço de mercado, graças ao cultivo em períodos em que não seria possível fazer a céu aberto”, constata o consultor do Sebrae Élio Sussumo. “Assim, o tomate, o pimentão e o pepino japonês que ele produz sempre vão ter um valor agregado que o consumidor está disposto a pagar, pela qualidade e aparência das hortaliças”, complementa.

Nesta propriedade, as estufas têm 400 m² de área e utilizam 1.200 m² de plástico. “Aqui, construímos estufas bem altas, com uma distância razoável entre as fileiras, pois o clima é muito quente, e a área precisa ser bem ventilada durante o dia”, ressalta o produtor. E, à noite, quando a temperatura cai, o calor das estufas garante o desenvolvimento das plantas.

Como o ambiente é fechado, o risco de contaminação é maior, o que requer o cuidado redobrado do agricultor. “Todas as vezes que há algum indício de praga trocamos toda a terra imediatamente”, expõe Chiquito.
 

 
Fonte: Correio do Estado