Agricultura promove a diminuição da emissão de gases de efeito-estufa

A agricultura brasileira promove a diminuição da emissão de gases de efeito-estufa. É o que afirma o ecólogo com doutorado em Ecologia pela Universidade de Montpellier, na França, Evaristo Eduardo de Miranda, que participou, no dia 23 de abril de 2010, no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, da videoconferência Cadê o Carbono que Estava Aqui? Agricultura Brasileira: Solução ou Problema na Emissão de gases de Efeito-Estufa.

Miranda é pesquisador, chefe-geral da unidade de monitoramento por satélite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além de consultor da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Transmitida simultaneamente para dezenas de municípios da Bahia, por meio da Rede Educação, além de outros estados brasileiros e países como Portugal e França, a videoconferência deu prosseguimento a mais uma edição do Programa Sextas-Feiras do Conhecimento para a Sustentabilidade, desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária da Bahia (Seagri), por intermédio da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (Ebda).

Na avaliação de Miranda, a agricultura é capaz de trazer soluções para a sustentabilidade. O exemplo disso é a matriz energética brasileira. A nossa agricultura produz mais de 140 milhões de toneladas de grãos para nós e para o mundo, e consome cerca de 4,5% de nossa matriz energética, mas garante quase 30% dessa matriz. “Enquanto a média da energia renovável dos outros países é inferior a 14%, no Brasil temos pouco mais de 46% da matriz renovável, o que é muito”.

Entusiasta dos avanços nas pesquisas com a agricultura, Miranda crê em um Brasil com todas as condições para se tornar o país do futuro no quesito da sustentabilidade. E defende o Brasil quando ele é tachado como o grande vilão do planeta pelos estragos do desmatamento na Amazônia. “Somos o país que mais preserva florestas nativas, com a matriz energética mais limpa, o que menos emite CO2 por quilômetro quadrado e por habitante”.

A cada dez anos, conforme Miranda, os países do G8 emitem o equivalente ao que resultaria do desmatamento de toda a Amazônia. O Brasil levaria 392 anos para emitir a mesma quantidade emitida pelo G8 de 1992 para cá, acrescentou. O Brasil ocupa a 18ª posição no ranking mundial dos países que emitem maior quantidade de CO2 na atmosfera.

EUA, China, Japão e Rússia respondem por mais de 50% da emissão de CO2 no planeta. Na avaliação do coordenador do evento e técnico da EBDA, Cícero Magalhães, o Programa Sextas-Feiras do Conhecimento para a Sustentabilidade tem conseguido cumprir o seu papel, o de difundir a informação e levar o conhecimento. O programa é destinado a agricultores familiares, lideranças, instituições públicas, sindicatos e cooperativas.

Fonte: Agecom Bahia